Roma, 06 nov (RV) – A lei sobre a blasfêmia no Paquistão é o “meio” utilizado
pelos fundamentalistas para atingir “as minorias do país e quem não se submete aos
seus desejos”. É o que afirma à agência AsiaNews, Padre Bonnie Mendes, sacerdote e
ativista para os direitos humanos, presentes nestes dias em Roma devido ao seu cargo
de coordenador da Caritas para a Ásia. O sacerdote denuncia uma “precisa intenção:
atacar quando e onde é possível, com o objetivo de islamizar o Paquistão”.
Na
última semana a agência AsiaNews lançou uma campanha de sensibilização contra a lei
sobre a blasfêmia, que pune com a prisão perpétua ou com a pena de morte quem profana
o Alcorão ou quem ofende o nome do profeta Maomé. Padre Mendes, 70 anos, e profundo
conhecedor da história paquistanesa, confirma a difusão da ideologia fundamentalista
no país. Ele recorda as palavras pronunciadas pelo líder espiritual do movimento Tahrik-e-Nifaz
Shariat Muhammadi, Sufi Muhammad, nos dias passados: o objetivo “é destruir a democracia
no mundo”. “O extremismo – afirma – não é somente um problema do governo paquistanês;
essa ideologia deve ser enfrentada em um contexto global”.
Uma parte da população
– cerca de 25% - tem simpatia pelos talebãs, que têm “pessoas infiltradas no exército
e em alguns setores da política”. “Eles incutem temor por causa das contínuas violências”
que atingem também o coração das cidades, os escritórios administrativos, as delegacias
de polícia, as pessoas comuns. O sacerdote acrescenta que “pessoas dentro do executivo
desejam mudar a situação, mas falta uma unificação nas propostas”. (SP)