Bujumbura, 03 nov (RV) – “A Igreja burundinesa encontra-se comprometida, ao
lado das autoridades nacionais e locais e dos organismos internacionais, para acolher
os refugiados do Burundi que estão retornando da Tanzânia”. É o que sublinha à agência
Fides, o Secretário da Comissão Episcopal para o Apostolado dos Leigos do Burundi,
Padre Salvatore Niciteretse. “Existem refugiados – explica o sacerdote – que viveram
desde 1972 nos campos na Tanzânia. Este esforço de reconciliação teve início antes
que os refugiados retornassem ao Burundi”.
“Fazer retornar ao país milhares
de pessoas é uma operação enorme. Apesar dos esforços das autoridades locais e dos
organismos internacionais para preparar a chegada dos refugiados, em diversos casos
os refugiados na sua chegada não encontram nem casa nem alimento. Os bispos lançaram
um apelo para que todos se mobilizem. Nas dioceses estão sendo feitas coletas para
recolher alimentos, para integrar as ajudas alimentares do Alto Comissariado da ONU
para os Refugiados, que são distribuídos pela Caritas nacional do Congo”.
Outro
problema a ser enfrentado é a repartição da propriedade fundiária. Sobre as terras
abandonadas pelos seus proprietários vivem outras famílias. Agora que os antigos proprietários
ou seus descendentes retornam ao Burundi corre-se o perigo de contenciosos sobre a
propriedade desses terrenos.
Em 1972 os refugiados do Burundi fugiram também
para a República Democrática do Congo, Ruanda e Uganda. Com o gradual retorno da paz
ao Burundi, mais de meio milhão de refugiados voltou para casa. Entre esses, mais
de 430 mil pessoas que se encontravam nos campos da Tanzânia. Atualmente são cerca
de 36 mil os refugiados do Burundi ainda presentes em território tanzaniano. (SP)