Jerusalém, 03 nov (RV) - “Há dificuldades que procuramos superar”. Foi o que
disse o Núncio Apostólico em Israel e Delegado Apostólico para Jerusalém e Palestina,
Dom Antonio Franco, comentando para a agência SIR, as restrições de vistos aos religiosos
e sacerdotes por parte do Ministério do Interior de Israel. “Se antes os vistos concedidos,
também aos europeus, tinham a duração de dois anos, agora, têm a validade de somente
um ano”, explica Dom Franco que deixa entender como essas restrições poderiam causar
problemas ao desenvolvimento do trabalho de pastoral ordinária da Igreja. No passado
houve inclusive um bloqueio dos vistos quando, como agora, na direção do Ministério
do Interior se encontrava o partido religioso Shas. “É um dado de fato – afirma o
núncio. Agora devemos nos perguntar o por que dessas restrições e o que se pode fazer
para retornar à situação precedente, mais aberta”.
Por sua vez “a questão da
emissão de vistos ao pessoal religioso”, declara o Custódio da Terra Santa, Padre
Pierbattista Pizzaballa, “é um problema antigo. É mais de um ano que a duração dos
vistos passou de dois para um ano. Há um pouco de confusão: não se sabe se depende
de uma política ministerial ou da burocracia de alguns funcionários. Talvez seja uma
ambiguidade deixada intencionalmente”.
A questão é que, explica Padre Pizzaballa,
“é muito difícil para as Igrejas programar o seu trabalho se não se sabe com certeza
se os religiosos chegarão ou não”. No caso da Custódia, acrescenta o sacerdote, “este
ano tivemos vistos concedidos a religiosos provenientes de países árabes, mas não
da África. Dois freis do Congo não receberam o visto de entrada. No passado ocorria
o contrário. Vivemos, portanto, na incerteza, a burocracia tornou-se mais complicada”.
(SP)