Cidade do Vaticano, 03 nov (RV) - "Para que os fiéis das diversas religiões
deem – com o testemunho de vida e mediante um diálogo fraterno – uma clara demonstração
de que o nome de Deus é portador de paz": essa é a intenção da oração missionária
do Santo Padre para o mês de novembro.
Portanto, Bento XVI pede aos fiéis que
se comprometam a superar as barreiras das incompreensões em vista do bem comum. Pede
não somente um diálogo fraterno, mas também um testemunho de vida.
Nesse sentido,
os missionários podem realmente ser um exemplo para todos? Quem nos responde é o diretor
do Centro missionário milanês do PIME (Pontifício Instituto Missões Exteriores), Pe.
Paolo Gualzetti, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Pe. Paolo Gualzetti:-
"Creio que nós missionários, em nossa realidade cotidiana, buscamos viver a intenção
de oração que o papa dirige a nós neste mês: ou seja, esse buscar espalhar em todos
os lugares as sementes do bem, abrir as portas a todos os irmãos e irmãs que encontramos
e, portanto, também aos que são de outras religiões. A coisa bonita é que quando você
toma esse caminho encontra também pessoas de outras religiões que têm o mesmo desejo
de comunicar as coisas bonitas que têm dentro do coração."
P. O nome de
Deus é portador de paz. Mais uma vez, Bento XVI ressalta o escândalo inaceitável da
guerra e da violência em nome de Deus...
Pe. Paolo Gualzetti:- "Creio
que isto seja um verdadeiro escândalo: os portadores de uma religião que em nome de
Deus fazem a guerra. Eu vivia em Bangladesch no período em que João Paulo II, a esse
propósito, expressou uma posição nítida dizendo: "Essas guerras não foram queridas
por Deus". Muitos muçulmanos acolheram muito bem essa mensagem do Santo Padre. É também
interessante a exposição que estamos fazendo nestes meses pela Itália, "Justos do
Islã", na qual se afirma, justamente, que "quem salva um só homem que seja será considerado
como alguém que terá salvado a vida de toda a humanidade". Portanto, é um modo para
contar as histórias de alguns muçulmanos que salvaram judeus colocando em risco a
própria vida."
P. Trata-se também de uma resposta às perseguições anticristãs
que são cada vez mais frequentes em diversas partes do mundo, nas quais a paz é lesada,
e com ela também o nome de Deus...
Pe. Paolo Gualzetti:- "Penso
que a resposta mais bonita é a resposta que o cristão dá, que não é a vingança, mas,
justamente, o perdão. Creio que esse seja o maior testemunho que um homem de fé pode
dar como testemunha daquela paz que o Senhor quer que exista já aqui nesta terra,
e não somente no Céu." (RL)