2009-11-01 16:04:47

BENTO XVI NA SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS: SEGUIR JESUS COM ALEGRIA E SEM COMPLEXOS


Cidade do Vaticano, 1º nov (RV) - A solenidade de Todos os Santos convida-nos a "seguir com alegria as pegadas de Jesus", "sem complexos de inferioridade", "buscando com humildade a perfeição do amor" e "rejeitando tudo aquilo que não é digno da nossa condição de cristãos": foi o que disse Bento XVI ao meio-dia deste domingo – da janela de seus aposentos que dá para a Praça São Pedro – na alocução que precedeu a oração do Angelus.

Milhares de fiéis, peregrinos e turistas, provenientes de várias partes do mundo, reuniram-se na Praça São Pedro – numa esplêndida manhã de sol – para rezar com o papa a oração mariana.

O pontífice convidou também a vivermos amanhã, 2 de novembro, com autêntico espírito cristão, a Comemoração de todos os fiéis defuntos, conscientes de que nos túmulos repousam somente os restos mortais dos nossos entes queridos, à espera da ressurreição final.

Por fim, o pontífice recordou o 10º aniversário da Declaração Conjunta católico-luterana sobre a Doutrina da Justificação, marco do caminho ecumênico.

"Não tenham medo de ser santos! É o melhor serviço que vocês podem oferecer a seus irmãos": foi a exortação do Santo Padre na solenidade de Todos os Santos, solenidade que – afirmou – "convida a Igreja peregrina sobre a terra a pregustar a festa sem fim da Comunhão celeste, e a reforçar a esperança na vida eterna":

"Neste Ano Sacerdotal, gosto de recordar com veneração especial os santos sacerdotes, tanto os que a Igreja canonizou, propondo-os como exemplo de virtudes espirituais e pastorais, quanto os – muito mais numerosos – que são conhecidos por Deus. Cada um de nós conserva a grata recordação de algum desses, que nos ajudou a crescer na fé e nos fez sentir a bondade e a proximidade de Deus."

Em seguida, o papa convidou a vivermos amanhã, segunda-feira, a Comemoração de todos os fiéis defuntos "segundo o autêntico espírito cristão, ou seja, na luz que provém do Mistério pascal. Cristo morreu e ressuscitou e nos abriu a passagem para a casa do Pai, o Reino da vida e da paz. Dito isso, Bento XVI acrescentou:

"Quem segue Jesus nesta vida é acolhido onde Ele nos precedeu. Portanto, ao tempo em que visitamos os cemitérios, recordemos-nos que ali, nos túmulos, repousam somente os restos mortais dos nossos entes queridos, à espera da ressurreição final. As suas almas – como diz a Escritura - já "se encontram nas mãos de Deus" (Sb 3, 1). Portanto, o modo mais apropriado e eficaz de honrá-los é rezar por eles, oferecendo atos de fé, de esperança e de caridade. Em união ao Sacrifício eucarístico podemos interceder pela salvação eterna deles, e experimentar a mais profunda comunhão, à espera de reencontrar-nos juntos, a gozar para sempre do Amor que nos criou e redimiu."

Em seguida, o pontífice ressaltou como "a comunhão dos santos é bonita e consoladora", "uma realidade que infunde uma dimensão diferente a toda a nossa vida":

"Jamais estamos sozinhos! Fazemos parte de uma "companhia" espiritual em que reina uma profunda solidariedade: o bem de cada um é uma vantagem para todos e, vive-versa, a felicidade comum se irradia em cada um. É um mistério que, de certo modo, podemos experimentar já neste mundo, na família, na amizade, especialmente na comunidade espiritual da Igreja. Maria Santíssima ajude-nos a trilhar velozmente no caminho da santidade, e se mostre Mãe de misericórdia para as almas dos defuntos."

Após a oração do Angelus, o pontífice recordou o 10º aniversário da assinatura em Augsburgo, na Alemanha, da Declaração Conjunta católico-luterana sobre a Doutrina da Justificação, à qual aderiu, em 2006, também o Conselho Metodista Mundial.

Um evento que João Paulo II definiu como "um marco no caminho nada fácil da recomposição da plena unidade entre os cristãos" e que atesta "um consenso entre luteranos e católicos sobre verdades fundamentais da doutrina da justificação, verdades que nos levam ao coração do próprio Evangelho e a questões essenciais da nossa vida" – ressaltou o papa:

"Somos acolhidos e redimidos por Deus; a nossa existência se inscreve no horizonte da graça, é conduzida por um Deus misericordioso, que perdoa o nosso pecado e nos chama a uma nova vida no seguimento de seu Filho; vivemos da graça de Deus e somos chamados a responder a seu dom; tudo isso nos liberta do medo e nos infunde esperança e coragem num mundo cheio de incerteza, inquietação e sofrimento... Espero, de coração, que esta data importante contribua para fazer progredir o caminho rumo à unidade plena e visível de todos os discípulos de Cristo."

Por fim, Bento XVI dirigiu sua cordial saudação aos participantes da "Corrida dos Santos", maratona realizada esta manhã, no centro de Roma, concluída na Rua da Conciliação – principal artéria que dá acesso à Praça São Pedro. Trata-se de uma iniciativa "que une o esporte e o compromisso humanitário".

O pontífice saudou ainda, entre outros, os peregrinos provenientes de Paderno Dugnano, próximo a Milão – norte da Itália – pela conclusão da peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima, no 50º aniversário de consagração da Itália ao Coração Imaculado de Maria.

O Santo Padre concedeu a todos a sua benção apostólica. (RL)







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