INDIA: LEPROSÁRIO PODE DAR LUGAR A CENTRO COMERCIAL
Bangalore, 29 out (RV) – A Igreja Católica em Karnataka, importante estado
da Índia meridional cuja capital é Bangalore está alarmada. Segundo informação publicada
pela Agência Fides, o antigo leprosário de Sumanahalli, administrado pela comunidade
católica na periferia norte de Bangalore, corre o grande risco de ser obrigado a fechar
por causa de uma lei do governo local. O leprosário ocupa-se da reabilitação dos doentes
com lepra, cuida de pacientes contaminados pela Aids, acolhe pessoas vítimas de desastres
naturais.
O governo de Karnataka, cujo poder está nas mãos do Baratiya Janata
Party, partido nacionalista hindu fortemente permeado pela ideologia que penaliza
as minorias religiosas, não renovou o contrato de aluguel do terreno onde está o instituto,
estabelecido com a diocese de Bangalore em 1977.
O governo afirma que a sua
política prevê a não concessão da área do terreno para aluguel por mais de 30 anos,
prazo já expirado há dois anos. O terreno, além disso, 30 anos atrás, achava-se fora
da cidade de Bangalore, atualmente está dentro da área metropolitana. Nesse terreno
deverá surgir um centro comercial, muito mais lucrativo para os cofres públicos.
O
Diretor do Sumanahalli, o Padre George Kannathanam, está fazendo de tudo para evitar
o fechamento do centro, mas está muito preocupado: “Já há dois anos, o governo pediu-nos
a restituição de parte do terreno, dando-nos, porém, a possibilidade de continuar
a administrar o instituto. Hoje, solicita a área toda, e isso significa para nós fechar
as portas. Hoje, centenas de pessoas sentem-se em casa em Sumanahalli. Encontraram
aqui a sua dignidade e foram tratadas. Imaginem a agonia de muitos doentes com a mudança.
E para onde irão os doentes de Sumanhalli?”.
O Arcebispo de Bangalore, Dom
Bernardo Moras, escreveu uma carta oficial ao governo do estado pedindo a renovação
do contrato de aluguel, elogiando a meritória obra social desenvolvida ao longo de
trinta anos pelo instituto, sem nenhuma contribuição pública. A Igreja local não exclui
a possibilidade de levar o caso ao governo federal da União Indiana. (SP)