2009-10-29 10:57:39

BISPOS DA AMAZÔNIA: "CHEGA DE DESTRUIÇÃO E CRIME".
LEIA DOCUMENTO


Belém, 29 out (RV) - Prossegue, em todo o Brasil, a Semana Missionária para a Igreja Católica na Amazônia. A intenção é mobilizar a atenção para o maior estado do país, e a realidade social e ambiental de seus habitantes.

Em todo o território nacional, estão sendo promovidos fóruns e seminários, inspirados no tema “Cristo aponta para a Amazônia”, expressão proferida em 1972 pelo Papa Paulo VI.

A Comissão dos Bispos para a Amazônia, organizadora da Semana, publicou um documento, assinado por Dom Jaime Chemello, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, contextualizando Semana.

Os bispos recordam que “as primeiras comunidades cristãs testemunhavam o amor de Cristo, são solidárias com as mais carentes”. Por isso, “colaborar com as Igrejas da Amazônia que enfrentam desafios na evangelização é tarefa e missão de toda Igreja no Brasil”.

O documento aponta para a necessidade de encontrar alternativas ao modelo econômico atual e deter o crime: “Este modelo privilegia o lucro acima da vida do povo e do respeito à natureza”, afirma.

“É preciso contrapor um projeto alternativo ao desmatamento, às queimadas, às centrais hidrelétricas e à atividade das madeireiras, mineradoras e explorações agrícolas de grande dimensão: um projeto constituído por experiências cooperativistas, economia solidária ou de mercado alternativo, onde os trabalhadores não apenas produzam, mas também industrializem e comercializem”.

O documento recorda ainda que a Amazônia é hoje um dos “maiores corredores” para o transporte de drogas, e para a Igreja, os planos do Governo para o combate ao narcotráfico são insuficientes e a polícia parece despreparada para enfrentar o fenômeno.

A desestruturação das famílias, a violência, a prostituição, o abuso sexual de menores, a escravatura no trabalho agrícola e a “conivência escandalosa de certas autoridades” com determinados tipos de crimes são também abordados no documento.

A Comissão abrange ainda aspectos da Igreja local, do trabalho dos leigos, dos esforços que as dioceses e comunidades locais têm desenvolvido e da necessidade da ajuda de outras Igrejas para realizar o trabalho de evangelização de forma adequada na Amazônia.

Relatando as dificuldades, o documento cita as enormes distâncias, a esparsa população em muitas regiões, os meios de transporte que exigem manutenção frequente, a formação e sustento dos seminaristas e a realização dos cursos de formação para as lideranças – que exige despesas muito além das possibilidades da Igreja local.

No âmbito da fé, a Comissão Episcopal ressalta a importância da religiosidade popular e da espiritualidade mariana.

“Além da evangelização, a tarefa da Igreja inclui a promoção dos necessitados, para que, segundo as palavras de João Paulo II proferidas na cidade de Manaus em 1980, passem de “situações de miséria e abandono indignas de filhos de Deus a condições mais humanas de vida”.

A Comissão Episcopal “se alegra em ver os Povos Indígenas crescerem nas suas organizações e assumirem o papel de protagonistas sociais da Amazônia”.

Outro aspecto frisado pelos bispos é a superação do preconceito que existe em muitos lugares do país sobre essa região. Neste sentido, pedem à Igreja que favoreça a cooperação nos campos teológico, intelectual e econômico.

Leia aqui o documento: http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/files/files_4a968f06c2224.pdf
(CM)







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