Washington, 29 out (RV) - Ao ajudar os cristãos da Terra Santa com mais de
50 milhões de dólares em quase 10 anos, a Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro ergue as
bases para a paz na região.
O Grão-Mestre, Cardeal John P. Foley, ilustrou
o papel da Ordem em uma conferência realizada em Washington, nos Estados Unidos. Ele
recordou que os Cavaleiros provêem a cerca de dois terços dos financiamentos para
o Patriarcado de rito latino, que administra escolas e hospitais para toda a população,
inclusive muçulmanos e judeus. “Todos são bem-vindos porque acreditamos que a compreensão
e o respeito se constroem através da caridade” – explicou. Para o cardeal norte-americano,
estes são os alicerces da paz.
Dom John Foley também falou das dificuldades
dos cristãos na Terra Santa no dia-a-dia, de seu temor em relação à locomoção de casa
para trabalho, por exemplo: “Todos os dias, devem atravessar postos da polícia e nunca
sabem se serão autorizados ou não a passar”.
O cardeal contou ainda que encontrou
jovens que queriam estudar, mas que não podem frequentar regularmente as escolas;
visitou casas em que as famílias acumulavam água em tanques, incertas sobre a constância
do abastecimento.
Durante as férias de Natal, no ano passado, o cardeal visitou
um seminário da região e viu que a maioria dos seminaristas não havia partido para
visitar suas famílias, porque não tinham certeza de poder atravessar o confim entre
Jordânia e Israel. Enfim, Dom Foley definiu o muro que separa Jerusalém de Belém “a
coisa mais trágica que já viu; humilhante e dolorosa”.
O cardeal convidou
os membros da Ordem Eqüestre a constatar pessoalmente o sofrimento dos cristãos na
Terra Santa: “É importante para sua edificação espiritual que visitem os lugares santos,
os católicos e todos os cristãos que vivem aqui. Nós os chamamos ‘pedras vivas’ porque
oferecem um testemunho real de nossa fé na terra em que Nosso Senhor viveu e pregou,
morreu e ressuscitou dos mortos. Nós devemos ser instrumentos de sua paz” – concluiu
o cardeal Foley em sua palestra. (CM)