Bento XVI congratula-se com bom trabalho do Sínodo, autoriza divulgação das Proposições
Sinodais e encoraja Bispos africanos na sua missão
(24/11/2009) Foi num ambiente de confraternização que se concluíram ao fim da manhã
deste sábado, no Vaticano, os trabalhos propriamente ditos da assembleia especial
do Sínodo dos Bispos para a África. Os Padres Sinodais partilharam com o Papa, em
espírito de ágape fraterna, o almoço, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, depois
de, ao longo da manhã, sempre com a presença do Santo Padre, terem votado e aprovado
as 57 Proposições que compendiam os contributos de cada um e dos grupos, neste Sínodo
que teve como tema a Igreja em África ao serviço da Reconciliação, da Justiça e da
Paz. A conclusão solene da Assembleia sinodal terá lugar amanhã, domingo, na Eucaristia
que Bento XVI presidirá na basílica de São Pedro, às 10 horas da manhã, com todos
os Padres sinodais.
Intervindo no final da refeição com os Bispos do Sínodo,
Bento XVI congratulou-se com o trabalho desenvolvido, alertou para a necessidade de,
na abordagem destas temáticas com forte valência social e política, saber fazê-lo
na qualidade de pastores da Igreja e na perspectiva da fé e da esperança cristãs.
O que – reconheceu – se conseguiu na formulação das Proposições hoje aprovadas. O
Papa aprovou a sua divulgação, mesmo nas traduções ainda não definitivas. Com a conclusão
do encontro sinodal não se encerra esta nova etapa da vida da Igreja em África, sublinhou,
pelo contrário, agora se parte para um renovada actividade pastoral. Bento XVI
anunciou também, para satisfação de todos, a nomeação de um bispo africano como novo
Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, para suceder ao cardeal Renato Martino,
que em breve completa 77 anos. O novo titular o cardeal Peter Appiah Turkson, de 61
anos, até agora arcebispo de Cape Coast, no Ghana. Feito cardeal ainda por João Paulo
II, em 2003, o purpurado africano desempenhou nesta assembleia especial do Sínodo
o importante papel de “Relator Geral”, apresentando os dois Relatórios (Relatio) de
abertura do Sínodo ("ante disceptationem) e o que resumia as intervenções ("post disceptationem").
Sobre
este último dia de trabalhos e em geral sobre o andamento desta assembleia sinodal,
Dulce Araújo recolheu o depoimento de alguns bispos de língua portuguesa, começando
por D. Gabriel Mblinghi, arcebispo de Lubango, presidente da IMBISA…
(Incluídos
também depoimentos de D. Lúcio Muandula, Bispo de Xai-Xai, presidente da Conferência
Episcopal de Moçambique, e de D. Jaime Pedro Gonçalves, arcebispo da Beira, em Moçambique…)
À margem
da assembleia sinodal, e perante a grave crise humana e humanitária que se vive neste
momento devido às expulsões da parte de Angola e da República Democrática do Congo,
de cidadãos do outro país, os bispos angolanos e congoleses (não só da RDC, mas também
do Congo Brazzaville) encontraram-se para partilharem sobre o assunto todas as informações
de que dispõem, reflectindo em conjunto e procurando definir uma linha comum de intervenção,
como pastores que são da mesma Igreja, para além das fronteiras de cada um dos respectivos
países… De novo a palavra a D. Gabriel Mblinghi…