2009-10-23 13:02:16

Santa Sé pede mais justiça nas relações comerciais com a África


(23/10/2009) As condições do comércio internacional devem adequar-se às necessidades e aos desafios económicos que a África enfrenta": salientou o observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, intervindo na 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre a necessidade de uma "Nova cooperação económica para o desenvolvimento da África".

O representante da Santa Sé sublinhou a necessidade de um maior compromisso em favor da realização de uma nova cooperação económica e fez um apelo para que os preconceitos sejam banidos de uma vez para sempre. "A África não é somente corrupção, golpes de Estado, conflitos regionais. A África demonstrou e demonstra também grande capacidade de gerir os processos de transição para a independência ou de reconstrução depois dos conflitos" – frisou Dom Migliore.

E ressaltou ainda o papel da África no contributo de pessoas qualificadas que trabalham nos organismos internacionais ou no âmbito científico, académico e intelectual. "A África - salientou Dom Migliore - soube oferecer à comunidade internacional exemplos e valores dignos de admiração e hoje mostra sinais da realização de muitas das suas esperanças".

O representante da Santa Sé sublinhou a necessidade de uma maior solidariedade a fim de resolver os problemas que certamente não faltam no continente africano, acrescentando que não se deve permanecer somente no âmbito do assistencialismo, mas ajudar o continente africano a mostrar o seu potencial.

Dom Migliore fez um apelo em prol do investimento na agricultura, na economia, e reiterou a necessidade de rever as condições do comércio internacional, criando oportunidades para os produtos africanos.

Este arcebispo chamou a atenção para a pobreza em que vivem várias pessoas na África, salientando que a maior parte dos países africanos ainda está longe de atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, pois existem ainda muitas pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia.

O arcebispo Celestino Migliore chamou a atenção para a função activa que a União Africana pode desempenhar na cooperação com os organismos internacionais, "a fim de que o G20 signifique realmente abertura a novos equilíbrios internacionais; para que seja um forte ponto de referência para a economia mundial, mas sem criar novas exclusões para os países mais pobres.







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