23/10/2009) Bento XVI renovou os seus apelos em favor da defesa do ambiente, defendendo
que todos os cristãos têm obrigação de dar um “testemunho credível” nesta matéria. Numa
mensagem enviada ao Simpósio “Religião, Ciência e Ambiente”, promovido pelo Patriarca
de Constantinopla (Ortodoxo), Bartolomeu I, o Papa diz que esta é uma causa que precisa
da unidade das Igrejas e comunidades cristãs, chamadas a “colaborar de todas as formas
possíveis para assegurar que a nossa terra possa conservar de maneira intacta aquilo
que Deus lhe deu: grandeza, beleza e generosidade”. A mensagem papal foi lida na
abertura dos trabalhos pelo arcebispo de Nova Orleães (EUA), D. Gregory Michael. A
iniciativa tem como tema “Restabelecer o equilíbrio: o grande Rio Mississipi". Depois
do Árctico, as atenções de líderes religiosos, políticos e homens da ciência vira-se
agora para uma região que foi duramente atingida em 2005 pela passagem do furacão
“Katrina”. Para o Papa, a solução das crises ecológicas do nosso tempo passa por
profundas mudanças “da parte dos nossos contemporâneos”. O cuidado e a protecção
do meio ambiente, acrescenta Bento XVI, implicam a resolução de “problemas urgentes”,
que se referem a “importantes questões políticas, económicas, técnicas e científicas”. Citando
a sua última encíclica, Caritas in veritate, o Papa recordou que a natureza
é “uma prioridade para todos”. Bento XVI não deixou de aludir aos acontecimentos
de Agosto de 2005, assegurando que “os seus pensamentos e orações estão com todos
os que experimentaram sofrimento, privação e mudança forçada, especialmente os pobres,
e com quantos se empenharam no trabalho paciente de reconstrução e renovação”. O
Papa observou ainda que “os grandes sistemas fluviais de cada Continente estão hoje
expostos a sérias ameaças, muitas vezes como resultado de actividades e decisões do
homem”.