CARITAS INTERNACIONAL RECOLHE FUNDOS PARA AJUDAR POPULAÇÃO SUDANESA
Roma, 22 out (RV) - A Caritas Internacional lançou uma campanha de arrecadação
de fundos para ajudar trinta e cinco mil pessoas vítimas da seca e da violência no
Sudão.
Num comunicado o organismo católico informa que dois anos de seca nas
regiões leste e oeste do hemisfério sul causaram milhares de pessoas pobres que dependem
de ajuda externa para sobreviver.
Nestas regiões, a Caritas fornecerá a dez
mil pessoas alimentação, instrumentos agrícolas e sementes, formará os agricultores
na utilização de melhores técnicas agrícolas.
O recrudescimento das disputas
violentas entre as populações locais da região leste equatorial fez com que 68 mil
pessoas abandonassem suas moradias. Os conflitos se agravaram ainda mais com a chegada
naquela área dos insurgentes ugandenses do Exército de Resistência do Senhor (LRA)
que depredam e saqueiam os povoados, roubam os jovens que são forçados a entrar na
guerrilha. Nesta área a Caritas ajudará 25 mil pessoas que precisam de socorro imediato.
O
sul do Sudão está se recuperando após 22 anos de guerra civil entre o governo de Cartum
e o Sudan People's Liberation Army (SPLA), que se concluiu com a assinatura do acordo
de paz, em 2005, entre as duas partes.
O diretor de projetos humanitários da
Caritas Internacional, Alistair Dutton, afirmou que "a população vítima da seca e
dos conflitos no sul do Sudão necessita urgentemente de ajuda alimentar". Segundo
ele, a Caritas é capaz de chegar aos povoados isolados e também às comunidades que
se encontram em meio a conflitos para oferecê-las ajuda.
"A violência no sul
do Sudão é hoje pior do que na região de Darfur. O aumento da insegurança deve ser
enfrentado pelos governos do norte e do sul do país. Se o acordo de paz falhar, iremos
ao encontro de uma catástrofe"- frisou Dutton.
Ele sublinhou ainda que a paz
pode ser obtida somente através do diálogo. "A violência é um problema regional e
deve ser enfrentada não somente no Sudão, mas também em Uganda, na República Centro-Africana,
no Chade e na República Democrática do Congo" – concluiu ele. (MJ)