2009-10-20 17:35:11

Intervenção de Dom Alfred Leonhard MALUMA, Bispo de Njombe (TANZÂNIA)


S. E. R. Dom Alfred Leonhard MALUMA, Bispo de Njombe (TANZÂNIA)
Intervenção entregue por escrito mas não lida na Aula.

O compromisso de criar riqueza para reduzir a pobreza e a miséria e melhorar a qualidade de vida das populações na África representa uma parte e uma porção do compromisso portante de proclamar o Evangelho, para criar reconciliação, justiça e paz. Isso implica a criação e a gestão de empresas públicas e privadas guiadas por empresários ajudados por adequados valores éticos. Tais esforços ajudarão a transformar o mundo, melhorando as condições de trabalho dos mais fracos.
Enquanto a Igreja na África trabalhou activamente na promoção da assistência sanitária e da educação, que são parte de sua missão evangelizadora, não foi feito muito em relação a uma planificação sistemática em termos de reforço de sua sustentabilidade económica e financeira. Por causa deste desequilíbrio, um grande número de programas pastorais da Igreja africana depende ainda muito dos doadores. O perdurar desta tendência aumenta o risco de sacrificar a própria autonomia e propriedade nos programas, projectos e estruturas, em detrimento da Igreja e dos beneficiários (IL 23).
Entre as condições que contribuem para a credibilidade do testemunho da Igreja no campo da reconciliação, da justiça e da paz, está a criação de organismos e empreendimentos financeiros e económicos que sustentem as actividades pastorais da Igreja. Para poder cumprir plenamente a própria função profética, o pagamento de um justo salário aos trabalhadores deve ser visto como fazer justiça e ser justos. Por este motivo peço que a Igreja na África considere seriamente o aspecto da sustentabilidade financeira. Seguindo a Populorum progressio, que promove o desenvolvimento integral, a Igreja deve estar presente nas lutas contra todo tipo de pobreza humana. Se a Igreja não se torna inovadora nos instrumentos e nas maneiras de potenciar as bases, o compromisso de levar reconciliação, justiça e paz permanecerá inadequado. Conforme a doutrina social da Igreja, a Igreja na África necessita da coragem de criar condições sociais que permitam a população atingir aquela plenitude que lhe foi dada por Deus.
Segundo a tradição da doutrina social católica, que define o bem comum como a soma de todas as condições sociais que permitem às pessoas, tanto em grupo quanto individual, atingir a própria realização mais plenamente e facilmente, para obter reconciliação, justiça e paz é preciso que sejam criadas as justas condições sociais para as pessoas e as sociedades. Uma base financeira sustentável na África abrirá o caminho para a realização humana não em termos de ganhar mais para satisfazer desejos e necessidades, mas em termos de conduzir uma vida humana mais plena, segundo a missão de Jesus que veio para que nós possamos ter vida e tê-la em abundância (cf. Jo 10, 10).
1. É de grande importância o envolvimento dos leigos na planificação, melhoramento e distribuição de produtos derivados de empresas económicas sustentáveis. Uma verdadeira pertença e o apoio da família de Deus (a Igreja) significa também buscar da criatividade dos leigos e oferecer a eles a possibilidade de assumir eficazmente a sua função nos vários níveis de actividades internas da Igreja, incluindo o aspecto do bem-estar material.
2. Vigilância: a sustentabilidade económica deve permanecer um meio para um fim, um instrumento a serviço da evangelização. Jesus nos coloca em guarda, porque é difícil para um rico entrar no Reino de Deus (cf. Mc 10, 23). Ao mesmo tempo ocorre abandonar a mentalidade de tornar popular aquela pobreza degradante que poderia representar um obstáculo ao conseguimento da vida eterna. Devemos evitar ambos extremos. Aqui as escrituras nos são de guia: Senhor, não me dê a pobreza que leva à vanglória e à arrogância, nem a pobreza que me impulsiona a roubar (cf. Pr 30, 8-9). Os empreendimentos económicos são conduzidos e temperados pelos valores humanos e espirituais com uma dimensão pastoral.
3. Uma efectiva sustentabilidade de nossos empreendimentos económicos dependerá da eficiência e da boa gestão segundo a modalidade do bom administrador. Na verdade é preciso que a Igreja promova a gestão empresarial, mas o segredo do sucesso está no sublinhar e cultivar valores humanos autênticos e profundamente espirituais. A solução é fundamentar a sustentabilidade sobre as sólidas bases da fé.
4. Ouçamos o que nos diz o Santo Padre Bento XVI na Caritas in veritate no nº 36.







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