A União Africana e o desafio das deslocações forçadas em África
(19/10/2009) A União africana: responderá ao desafio das deslocações forçadas em
África; é o tema da cimeira promovida pela organização continental africana inaugurada
neste domingo em Kampala. Na sessão de abertura participaram 600 delegados enviados
por 13 nações africanas, mas outros chegarão nos próximos dias, estando prevista na
próxima quinta feira a cimeira dos chefes de estado e de governo. A agenda dos
trabalhos destes primeiros dias prevê o estudo da situação africana - onde se pensa
que sejam 17 milhões os refugiados e deslocados internos - com base num relatório
do ano passado redigido pela União africana., a avaliação de um esquema da convenção
para a protecção e assistência para os deslocados internos, e a definição do programa
de debates no dia de intervenção dos chefes de estado. No Uganda, país que hospeda
esta cimeira, vivem meio milhão de deslocados internos e mais de 143 mil refugiados
dos países vizinhos, entre os quais o Sudão, RDCongo, Ruanda,Somália, Eritreia e Kenya.
Segundo dados das nações Unidas, em Setembro passado tinham regressado á sua pátria
mais de 175 mil sudaneses e cerca de 2.500 ruandeses. Onze milhões e seiscentas
mil pessoas perderam suas casas por causa dos conflitos armados na África. A informação
é do ACNUR, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados.
A agência das NNUU
ressalta que a África é o continente mais atingido pelas guerras e regista o maior
movimento de pessoas deslocadas. Enquanto o número de africanos que deixa o continente
reduziu-se, aumenta a população em campos de refugiados, onde faltam água e alimentos
e as condições higiénicas são precárias.
Os dados confirmam o relatório divulgado
no mês passado pela organização humanitária Oxfam International, que abordava também
a situação dramática dos refugiados no exterior, de modo especial nos países limítrofes,
como Quénia e Etiópia. “Centenas de milhares crianças foram abandonadas e precisam
de ajuda” – afirma a ONG.