Papa dedica Angelus à responsabilidade missionária da Igreja, no Domingo das Missões,
e pede orações pelo Sínodo dos Bispos para a África
Neste terceiro domingo, Dia Mundial das Missões, foi a este tema que Bento XVI dedicou
a sua alocução do meio-dia, antes da recitação do Angelus, na Praça de São Pedro.
O Papa recordou com apreço os missionários que continuam hoje em dia a enfrentar dificuldades
e perseguições e pediu orações pela assembleia do Sínodo dos Bispos para a África,
em curso no Vaticano.
Bento XVI começou por observar que esta Jornada Mundial
constitui para cada comunidade eclesial e para todos os cristãos uma forte chamada
ao empenho de anunciar e testemunhar o Evangelho a todos, em particular aos que ainda
o não conhecem. Trata-se de testemunhar e transmitir a luz de Deus, revelada pelo
Messias e que se reflecte no rosto da Igreja. É a luz do Evangelho que guia os povos
à constituição de uma grande família, na justiça e na paz, sob a paternidade do único
Deus bom e misericordioso. A Igreja – sublinhou o Papa – existe para anunciar esta
mensagem de esperança a toda a humanidade. Em todo o mês de Outubro e de modo
especial neste terceiro domingo – fez notar o Papa – a Igreja universal põe em relevo
a sua vocação missionária. “Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja sabe estar chamada
a prosseguir a obra do próprio Jesus, anunciando o Evangelho do Reino de Deus, que
é justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.
“Este Reino está já presente
no mundo como força de amor, de liberdade, de solidariedade, de respeito da dignidade
de cada homem, e a Comunidade eclesial sente premer no coração a urgência de actuar
para que se realize plenamente a soberania de Cristo”.
Todos os membros e
articulações da Igreja cooperam neste projecto, segundo os diversos estados de vida
e os carismas – reconheceu Bento XVI, que prosseguiu recordando expressamente os “missionários”,
em sentido estrito:
“Quero recordar os missionários e as missionárias – padres,
religiosos, religiosas e voluntários leigos – que consagram a sua existência a levar
o Evangelho ao mundo, enfrentando também privações e dificuldades e por vezes até
mesmo autênticas perseguições”.
O Papa mencionou expressamente o padre Ruggero
Ruvoletto, sacerdote “Fidei donum”, recentemente assassinado no Brasil, e também o
padre Michael Sinnot, religioso, recentemente sequestrado nas Filipinas, sem esquecer
- disse – “tudo o que está emergindo do Sínodo dos Bispos para a África, em termos
de extremo sacrifício e de amor a Cristo e à sua Igreja”.
Ocorrendo neste
dia a festa do evangelista São Lucas, Bento XVI recordou o respectivo Evangelho e
os Actos dos Apóstolos, este para narrar a expansão da mensagem cristã até aos confins
do mundo então conhecido.
“Invoquemos a sua intercessão, juntamente com a
de São Francisco Xavier e de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeiros das missões,
e da Virgem Maria, para que a Igreja possa continuar a difundir a luz de Cristo para
todos os povos. Peço-vos também que rezeis pela Assembleia especial para a África
do Sínodo dos Bispos, que nestas semanas está a decorrer aqui, no Vaticano”.