2009-10-17 12:13:43

SÍNODO: ALERTA PARA EXPANSÃO DAS SEITAS NA ÁFRICA


Cidade do Vaticano, 17 out (RV) - A expansão das novas Igrejas pentecostais e evangélicas na África também é tema de pauta do debate dos bispos reunidos no Vaticano para o Sínodo sobre o continente, reunido até 25 de outubro.

Na Costa do Marfim, a propagação de novas Igrejas e seitas constata-se, por exemplo, na ação da Igreja Universal, que se apoderou de todos os cinemas da capital econômica, Abidjã, e faz muita propaganda no rádio e na TV. Através de gigantescos 'outdoors', estes grupos anunciam ‘vigílias milagrosas’ nos estádios.

Segundo uma investigação policial realizada em 2006, apenas em Kinshasa, na República Democrática do Congo, havia entre 12.000 e 13.000 “Igrejas do Despertar”.

Estas Igrejas se expandem basicamente graças a mensagens como promessas de curas e milagres através de exorcismo, além da oferta de riqueza e outros bens materiais.

O bispo de Abeokuta, na Nigéria, Dom Alfred Adewale Martins, se referiu a estas Igrejas como “grupos geralmente muito agressivos, que falam da Igreja Católica como uma Igreja morta”. “Eles querem acabar com a Igreja Católica, tanto no que diz respeito a sua influência como ao número de seus fiéis”, assinalou Dom Martins.

Seu relato foi confirmado pelo bispo de Fort Royal, em Uganda, Dom Robert Murhiirwa, que contou que os muçulmanos e as Igrejas pentecostais “gastam milhões de dólares em nossos países para atrair os jovens”.

“Em sua ação, capturam nossos membros mais vulneráveis: os jovens e os adultos jovens” - acrescentou Dom Felix Alaba Adeosin Job, arcebispo de Ibadan, Nigéria.

Os padres sinodais concordaram em indicar que o sucesso desses movimentos se alimenta do mal-estar de uma população que vive num continente afetado regularmente por conflitos e onde a corrupção prospera graças à pobreza.

O cardeal francês Dom Jean-Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, concluiu que “a atividade das seitas, pela simplicidade de suas crenças, seduz muitos africanos vítimas da precariedade”.

Sua opinião foi completada pelo cardeal alemão Dom Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos: “Devemos enfrentar este desafio urgente com uma atitude de autocrítica; é preciso levar a sério o contexto das raízes culturais africanas”. (CM)







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