Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Na tarde de ontem, no âmbito dos trabalhos
da Assembleia do Sínodo para a África, foram apresentados os relatórios dos “círculos
menores” ou grupos linguísticos. Nesta manhã, os padres sinodais continuram os trabalhos
em grupos com o objetivo de preparar as propostas que serão submetidas ao secretariado-geral
do Sínodo, para posterior apresentação ao Papa.
O Arcebispo-coadjutor da Diocese
de Lubango (Angola), Dom Gabriel Mbilingi, que também é presidente da Conferência
Inter-regional de Bispos do Sul de África, enumerou algumas das sugestões do Círculo
Menor Português: a Doutrina Social da Igreja deve ser explicitamente referida no anúncio
da mensagem cristã e a catequese deve levar a uma opção pessoal por Cristo.
Por
outro lado, é preciso recordar o papel da vida consagrada na missão da Igreja, valorizar
a política como serviço à sociedade e ajudar os estadistas cristãos a assumir as suas
responsabilidades de acordo com a sua fé. O clero, por sua vez, é chamado a assumir
a sua identidade como quem serve, e não como quem detém a autoridade, devendo igualmente
denunciar as violações dos direitos humanos e prosseguir o caminho de reconciliação
e purificação da memória dentro da Igreja, referiu Dom Gabriel Mbilingi.
“Só
uma pessoa reconciliada com Deus vive na paz e é capaz de transmitir a paz”, afirmou
o representante de um dos grupos de trabalho em língua francesa, a propósito da importância
do sacramento da Reconciliação a nível social e eclesial. Por isso, explicou o Pe.
Edouard Tsimba, é necessário consagrar-lhe “todo o tempo e preparação necessárias”.
No
seu pronunciamento, o sacerdote evocou a influência que a vida e o martírio dos cristãos
têm para a fé, referiu-se à “grande importância” do testemunho dos membros da Igreja
para o apaziguamento social, lembrou que é necessário convocar a colaboração de toda
a sociedade na construção da paz, e assinalou que “todos os cristãos (…) estão orgulhosos
de sê-lo e de mostrá-lo nas suas vidas”.
O Superior Geral dos Missionários
de África (Padres Brancos), Padre Gèrard Chabanon, destacou “dois grandes temas”:
a família e o diálogo entre cristãos e muçulmanos, que deve incluir “a liberdade de
consciência e a reciprocidade do culto”. (SP)