SÍNODO: BISPO ANGOLANO DE CABINDA FALA SOBRE PAPEL DA IGREJA NA FORMAÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS
Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - A II Assembléia Especial para a África do
Sínodo dos Bispos – em andamento no Vaticano sobre os temas da reconciliação, da justiça
e da paz – está trabalhando nestes dias nos chamados Círculos menores, em preparação
para as Proposições finais.
Os diversos esboços serão entregues à Secretaria-geral
do Sínodo, que providenciará unificá-los com as devidas emendas. O documento final
será depois submetido ao voto da Assembléia.
À margem dos trabalhos sinodais
realizou-se no início desta tarde, na Sala de Imprensa da Santa Sé, uma coletiva de
imprensa concedida por alguns Padres sinodais. A mesma realizou-se por setores lingüísticos.
Para os de língua portuguesa falou-nos o bispo angolano de Cabinda, Dom Filomeno do
Nascimento Vieira Dias, que é também presidente da Comissão Episcopal para as Comunicações
Sociais.
O prelado começou falando da situação africana a partir de seu país
e traçou-nos um quadro da realidade na qual atua em sua diocese, situada no extremo-norte
de Angola, num enclave entre a República Democrática do Congo e a República do Congo
(Brazzaville).
Considerando a particularidade da província de Cabinda, cujo
território se encontra separado do território angolano, Dom Filomeno falou-nos da
província como ponte não tanto para Luanda, a capital angolana, mas para a Europa
- especialmente para Portugal, Bélgica e França – como também para países como a África
do Sul e o Brasil.
O prelado não deixou de falar também sobre o processo de
reconciliação nacional angolano, após quase três décadas de guerra civil – concluída
somente em 2002 – como um processo efetivo em andamento na nação africana e sobre
a atuação da Igreja nesse processo.
Entrevistado pelo "Programa Brasileiro"
da Rádio Vaticano, o bispo de Cabinda falou-nos também sobre outro processo ao qual
todos os africanos são chamados a se juntar – auspiciado nestes dias pelos Padres
sinodais – ou seja, o processo de construção de um futuro no qual os africanos sejam
atores protagonistas de seu próprio destino. Dom Filomeno falou-nos sobre a participação
da Igreja nesse processo através da formação das consciências e da redescoberta do
valor da dignidade que nos é dada por Deus, da qual, portanto, todo homem é detentor: