2009-10-16 12:26:10

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES: "AS NAÇÕES CAMINHARÃO À SUA LUZ"


Roma, 16 out (RV) – “As nações caminharão à sua luz”: esta frase do Apocalipse de São João é o lema do Dia Mundial das Missões 2009, que este ano se celebra no próximo dia 18 de outubro. Bento XVI divulgou no último dia 29 de junho uma Mensagem para a ocasião. Dirigindo-se aos “irmãos no ministério episcopal e sacerdotal, e também aos irmãos e irmãs do Povo de Deus” a propósito do Dia Mundial das Missões de 2009, o Santo Padre Bento XVI exorta-os a “reavivar em si a consciência do mandato missionário de Cristo para que 'todos os povos se tornem seus discípulos', seguindo as pegadas de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios”.

O Pontífice lembra que todos os povos são chamados à salvação, pois “a humanidade inteira tem a vocação radical de voltar à sua origem, que é Deus, somente no qual ela encontrará a sua plenitude por meio da restauração de todas as coisas em Cristo”, acrescentando que “a dispersão, a multiplicidade, os conflitos, as inimizades serão reapacificadas e reconciliadas através do sangue da Cruz e reconduzidas à unidade”.

Na sua mensagem o papa faz emergir o nó do compromisso e da missão da Igreja que, “as vastas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes”. Antes de tudo a afirmação que “iluminar todos os povos com a luz de Cristo”; “anunciar o Evangelho” é um compromisso “primário”, desempenhado com “ânsia” e “paixão”, o que torna a missão ad gentes, aos povos não-cristãos, “a prioridade dos planos pastorais” da Igreja mesma.

Isto significa - afirma Padre Bernardo Cervellera, da agência Ásia News - que os cansaços, os temores pela falta de clero em pátria, as fadigas da organização, e muitas vezes os poucos frutos não podem ser de obstáculo, mas vão todos orientados a comunicar “a luz de Cristo, que resplandece na face da Igreja”, conscientes de que “Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas pelos apóstolos de hoje”.

O renascimento religioso em muitas sociedades uma vez dominadas pelo ateísmo de Estado (Rússia, China, Vietnã...) e a inquietude de muitos jovens nas sociedades materialistas do ocidente dão prova às palavras do pontífice, diz Padre Cervellera.

Outro elemento que o papa sublinha é que a missão, precisamente ao oferecer a luz de Cristo ao mundo, não produz só um crescimento numérico da Igreja, mas atinge de modo positivo toda a sociedade. Citando a Evangelii Nuntiandi, ele diz que o anúncio “é um serviço não somente à comunidade cristã, mas à toda a humanidade” (EN, 1). A Igreja ajuda a recuperar as “realidades últimas” esquecidas pelos homens, a descobrir que há uma necessidade espiritual, além da material” (n. 2).

A Igreja, “quer transformar o mundo com a proclamação do Evangelho do amor”. Assim o anúncio da Igreja torna-se “força de justiça, de paz, de verdadeira liberdade e de respeito da dignidade de cada homem”; fermento “de progresso, de fraternidade, de unidade e de paz”. Basta olhar para as tantas Igrejas da Ásia, - afirma ainda Padre Bernardo Cervellera - para perceber a verdade destas afirmações: a pregação do Evangelho dá novamente dignidade às minorias oprimidas, cria desenvolvimento, maior unidade na sociedade, atenção às necessidades dos mais pobres, reconciliação social. Também o compromisso pela justiça na China, Índia, Paquistão, Vietnã, Coréia fazem parte do mesmo compromisso cristão para o progresso da humanidade.

A missão da Igreja – escreve ainda o papa na sua mensagem – é a de ‘contagiar’ com a esperança todos os povos. De fato, quanto mais se difunde a globalização, mais os problemas parecem interligados e mais difíceis de serem resolvidos. O egoísmo dos governantes (e das nações) freia soluções concordadas. O anúncio do Evangelho, olhando ao homem de modo concreto, consegue encontrar sempre uma saída, dando-lhe “a coragem de viver e de agir e, deste modo fazer entrar a luz de Deus no mundo” (Deus caritas est, 39).

Uma questão muito importante recordada por Bento XVI é a dos missionários e missionárias que testemunham “em situações de perseguição, com formas de opressão que vão da discriminação social até a prisão, à tortura e à morte”. O papa comenta: a participação na missão de Cristo significa compartilhar “o mesmo destino do seu Mestre”. O martírio, a perseguição são elementos da missão e não “obstáculos” ou fatalidades. Por isso ele recorda que também no sofrimento, a Igreja é “testemunha e companheira de viagem desta humanidade”. (SP)







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