2009-10-15 19:55:40

SÍNODO: CONTINENTE AFRICANO SEJA PROTAGONISTA DE SEU DESTINO


Cidade do Vaticano, 15 out (RV) - Que os africanos se tornem atores protagonistas de seu destino: foram os votos expressos esta manhã na II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano com o tema "A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz "Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13-14)."

A Congregação de hoje, a 15ª, teve a apresentação dos relatos dos Círculos menores. Os Padres sinodais, na presença de Bento XVI, começaram a delinear as prováveis temáticas a serem inseridas nos documentos finais da Assembléia.

Assumir as rédeas do próprio destino e vivê-lo como protagonistas para relançar a África: efetivamente, foi o mandato que os Padres sinodais confiaram a todos os africanos. Que o Sínodo os ajude a tomar consciência da sua dignidade e seja uma Assembléia de esperança e de ressurreição, de compromisso e de coragem.

Depois, os Círculos menores traçaram um balanço do que foi feito até então. Os prelados afirmam que o resultado é positivo, todavia, observam que alguns aspectos devem ser aprofundados. Quais aspectos? A escolha é bastante ampla:

Pode-se partir da necessidade de tutelar o ambiente, de olhar para as vocações com maior discernimento, de pensar nas tradições africanas como base do processo de reconciliação.

De fato, nas tradições africanas encontram-se presentes muitos pontos positivos – como o rito de reconhecimento da culpa ou o rito da promessa de não mais cair no erro – que podem conciliar-se com o cristianismo.

Os Padres sinodais sugerem a difusão de textos que informem sobre a Doutrina da Igreja no campo da sexualidade, pedem um maior cuidado pastoral para com os trabalhadores; a família, que deve ter um papel de relevo; e para com as mulheres, inclusive as religiosas.

Pediu-se também atenção para com a feitiçaria que prejudica fortemente toda a sociedade africana, e para com a relação com o Islã, a ser analisada caso por caso, afirmam os Padres sinodais, porque os muçulmanos na África não estão presentes de modo homogêneo, mas se diferenciam de país para país.

Pediu-se também maior espaço para a questão das migrações, para a política mundial a esse respeito e para o papel da Igreja na tutela dos direitos humanos e da dignidade da pessoa.

Foi também reiterada a necessidade de reforçar os laços entre as Igrejas locais e a Igreja presente no mundo inteiro e de fazer de modo que, nas associações que agrupam numerosas Conferências episcopais, os bispos falem em uma só voz.

Ademais, os Padres sinodais recordam a importância da mídia para a comunicação eclesial e também para a formação da população: rádio e TV, por exemplo, podem contribuir para veicular valores salutares para a família.

Em seguida, falou-se do grande desafio dos países em crise política: o processo de reconciliação não deve ser politizado, enfatizaram os Padres sinodais, ressaltando que a Igreja jamais deve ser refém de conflitos institucionais e que a mesma acompanhe os líderes rumo a um exercício do poder distante da corrupção.

Por fim, os Círculos menores pedem ações contundentes contra o tráfico de armas e de drogas, e contra as mutilações genitais femininas.

Ressaltou-se também a necessidade de um plano orgânico contra a pandemia da Aids: a África deve despertar-se diante desse drama e deve mudar o seu etilo de vida – afirmaram os Padres sinodais.

Foi também reiterada a importância de apoiar as escolas e as universidades católicas, de se ter regras sólidas para as pessoas consagradas, para as quais se deve pensar uma formação contínua; e de se envolver mais os leigos na obra de evangelização, porque a Igreja não deve ter medo deles – foi dito na Sala do Sínodo.

Por fim, os Padres sinodais sugerem a instituição de um Congresso eucarístico continental, de um encontro pan-africano sobre as mulheres e de um fórum de oração inter-religiosa, porque, num país marcado por conflitos e violências, rezar juntos é um primeiro passo rumo à paz – afirmaram. (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.