2009-10-15 17:44:09

Intervenção do Dr. Orochi Samuel ORACH, Assistente do Secretario Executivo do "Uganda Catholic Medical Bureau", Auditor


Dr. Orochi Samuel ORACH, Assistente do Secretario Executivo do "Uganda Catholic Medical Bureau", Kampala (UGANDA)



A assistência médica recebeu importantes contributos de organizações religiosas dos outros continentes, graças principalmente ao apoio dos nossos irmãos e irmãs do exterior que ajudam todos os países africanos. As estruturas médicas eclesiásticas ocuparam-se da assistência aos pobres, sobretudo nos momentos de conflito. Tornaram-se um sinal de esperança quando a corrupção apoderou-se do sistema de saúde nacional. Não só as guerras destruíram os nossos hospitais e as escolas; actualmente, também a sustentabilidade destas contribuições está a ser economicamente ameaçada.

A maioria ou todos os governos da África, não são auto-suficientes em relação à assistência médica. No entanto, existem fortes pressões para desviar as ajudas exteriores dirigidas às organizações não-governamentais e conduzi-las aos orçamentos dos governos. A Declaração de Paris sobre a Eficácia das Ajudas e o Plano de Acção de Acra (2008) tendem a confluir as ajudas aos governos e a tê-los como guia. Aparentemente, isso é positivo, mas as ajudas chegam através de modalidades diversas, o que faz com que o acesso das Igrejas aos recursos dependa dos humores dos governos africanos. Em Uganda, o apoio financeiro do governo está a reduzir-se e no ano passado, cobriu apenas 19% das despesas previstas nas estruturas médicas. Enquanto isso, a demanda de assistência e os custos dos serviços aumentam vertiginosamente, tornando difícil reduzir o custo da contribuição para os pobres. Ao mesmo tempo, o governo exige que as estruturas médicas religiosas ofereçam assistência gratuita.

Nos países onde as organizações religiosas são vistas como críticas em relação às políticas governamentais, a Declaração de Paris oferece aos governos o caminho para limitar o acesso às ajudas económicas por parte das estruturas religiosas. Nós sabemos que as verbas são doadas por católicos de outros países, que querem que os destinatários de seu dinheiro sejam as estruturas médicas católicas.








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