2009-10-15 17:18:20

Intervenção da Irmã Cecilia MKHONTO, Superiora Geral das Irmãs de Santa Brigida (ÁFRICA DO SUL), Auditora


Rev.da Irmã Cecilia MKHONTO, S.S.B., Superiora Geral das Irmãs de Santa Brigida (ÁFRICA DO SUL)



Para compreender realmente o conceito de Igreja como família devemos olhar aos valores da família no contexto africano. Os membros de uma família cuidam uns dos outros e suas vidas e suas acções refletem a imagem de um único corpo; é também um aspecto sintetizado numa só palavra: ubuntu. Nós responsáveis pela Igreja, bispos, sacerdotes e religiosos somos chamados a ser exemplos da família de Deus especialmente nas situações que nos chamam a fazê-lo; devemos refletir constantemente sobre como testemunhamos esta realidade.

Quais são os problemas que devem enfrentar as religiosas diocesanas?

1. Carência na educação, que muitas vezes põe as religiosas diocesanas numa posição de desvantagem em relação à participação a um nível mais elevado de apostolado na Igreja, que poderia torná-las melhores como pessoas e melhorar as suas condições de vida.

2. Grandes expectativas, por parte das famílias das religiosas de receberem uma ajuda financeira, expectativas que são causa de conflitos interiores e em grande parte prejudicam a comunidade. Isso faz com que algumas religiosas sejam muito apegadas à sua família biológica.

3. O trauma vivido pela perda de muitos membros da própria família por causa do Hiv/Aids. Os filhos de pessoas que morrem com vírus Hiv/Aids permanecem órfãos sem ninguém que possa cuidar deles.

4. Condições de trabalho difíceis para as religiosas, sobretudo por causa de contratos inadequados assinados com os líderes da Igreja ou total ausência de um contrato.

À luz destes problemas, as religiosas estão divididas entre a família e a vida religiosa, vivem uma vida não satisfatória, contrária ao que Cristo as chamou a fazer dizendo: “Se queres seguir-me, vende tudo o que tens e segue-me”.

Se devemos ser uma família cristã, então peço para que cuidemos uns dos outros e reflitamos sobre os seguintes pontos:

- Iguais tratamentos para os sacerdotes e as religiosas diocesanas;

- Um bom ministério para a família, que instrua as pessoas em relação à Igreja e em particular sobre a vida religiosa, a fim de reduzir as expectativas dos homens e das mulheres consagradas.

- Não podemos falar de justiça externa sem rever as nossas estruturas e melhorar as condições de trabalho de nossos trabalhadores, incluindo as irmãs diocesanas.








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