2009-10-14 14:19:41

Intervenção de Mons. Zygmunt ZIMOWSKI, Arcebispo-Bispo emérito de Radom, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde


S. E. R. Mons. Zygmunt ZIMOWSKI, Arcebispo-Bispo emérito de Radom, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde (CIDADE DO VATICANO)

1. Não obstante o facto que, como afirmou o Santo Padre Bento XVI na homilia da Missa de abertura do Sínodo: “Deus é o Criador e a fonte da vida”, a vida hoje, como valor, é colocada à dura prova pelas políticas de saúde reprodutiva. Consequentemente, os bispos e as Igrejas locais são convidados a fazer ouvir a voz da Igreja sobre os temas relativos à vida, desde o seu início e até a sua conclusão natural.
2. Na África, convivem muitas religiões, e todas, desde as tradicionais africanas às grandes religiões monoteístas, influenciam as culturas africanas. Nas últimas décadas, o esforço conjunto das várias confissões religiosas para enfrentar juntas algumas grandes temáticas da saúde, como o VIH/SIDA, a malária e a tuberculose, testemunha que o ecumenismo das obras no campo da saúde é particularmente fecundo.
3. Por sua natureza, as obras da Igreja e as instituições médicas se comprometem em promover a saúde mediante o respeito do direito à sua tutela, garantia de justiça e equidade de acesso a tratamentos médicos, especialmente para os doentes de VIH/SIDA.
4. Mesmo mantendo as devidas distâncias de falsas e ilusórias práticas de cura, a Igreja na África é chamada a redescobrir o rico património espiritual, doutrinal e sacramental da Igreja sobre a cura espiritual que se baseia na oração e nos Sacramentos.
5. A medicina tradicional é um dos patrimónios importantes das culturas africanas. Tem um custo inferior à medicina moderna e, por ser acessível à população, é utilizada frequentemente. Pede-se aos bispos que actuem com discernimento para distinguir as boas das más práticas e que encorajem os estudos científicos sobre a medicina tradicional nas instituições católicas.
6. Vista a sua importância, muitos serviços médicos da Igreja na África são reconhecidos e utilizados, mas sofrem as pressões ideológicas da globalização e da secularização, com evidente redução das ajudas financeiras que os colocam em risco de falência.

7. O Santo Padre Bento XVI resume a especificidade do serviço oferecido pela Igreja ao doente nos seguintes termos: “A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como ‘Médico’ divino’”. (Bento XVI, Discurso aos participantes da Assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, 2007).







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