2009-10-14 14:22:45

Intervenção de Dom Liborius Ndumbukuti NASHENDA, Arcebispo de Windhoek (NAMÍBIA)


S. E. R. Dom Liborius Ndumbukuti NASHENDA, O.M.I., Arcebispo de Windhoek, Presidente da Conferência Episcopal (NAMÍBIA)



Fundamentalmente a Namíbia goza de estabilidade política e económica, mas a Igreja é chamada a vigiar e a ser profética em relação à questão da reconciliação, à justiça e à paz. Depois da guerra, que se concluiu em 1989 e à qual seguiram eleições controladas pelas Nações Unidas, observámos três movimentos:

1. Não foi fornecido um espaço suficiente para que as partes precedentemente em guerra pudessem fazer conhecer as próprias feridas a fim de acelerar o processo de cura interna.

2. A justiça foi promovida através da distribuição igualitária dos recursos disponíveis, mas agora vemos formar-se uma grande desigualdade entre ricos e pobres.

3. A paz prosperou entre diversos povos do país.

Procurámos empenhar-nos em dois projectos, dos quais gostaria de fazer-vos partícipes:

1. Convidámos os sacerdotes, os religiosos e os fiéis a encorajar quer os fiéis quer as pessoas de boa vontade a exercer o próprio direito democrático ao voto para eleger como futuros líderes pessoas capazes de ser bons servidores e administradores e que na sua administração se preocupem em fornecer serviços de qualidade e em combater todas as formas de corrupção através da comissão anticorrupção já existente.

Encontrámo-nos com todos os partidos políticos para os exortar a apoiar o princípio da democracia na sua campanha eleitoral, num espírito de tolerância e respeito recíproco, a fim de conservar a nossa paz conquistada com grande fadiga, que é um bem caro, afirmando o facto de que em cada corrida tem sempre um vencedor e um perdedor e que este último deve aceitar o resultado com dignidade e humildade. Os líderes africanos devem por conseguinte aprender a ceder o poder com elegância.

2. Um ministério especial para os que praticam a prostituição, com um sacerdote competente na matéria. Em muitas situações estes trabalhadores do sexo, dos quais 80% é infectado pelo vírus da sida/vih, são obrigados pela pobreza a este estilo de vida e sofrem abusos sexuais por parte de pessoas bem remuneradas.








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