2009-10-14 14:25:25

Intervenção de Dom Joseph Shipandeni SHIKONGO, Bispo titular de Capra (NAMÍBIA)


S. E. R. Dom Joseph Shipandeni SHIKONGO, O.M.I., Bispo titular de Capra, Vigário Apóstolico de Rundu (NAMÍBIA)

Na Namíbia, o principal problema, relativo à saúde, é resolvido de qualquer modo através de subvenções governamentais. Portanto, as nossas instituições médicas e educativas são amplamente subvencionadas pelo governo. Por essa razão, especialmente nas áreas rurais os pobres recebem assistência médica sem pagar muito. Com a finalidade de assegurar subvenções governamentais regulares e a autonomia da Igreja na gestão de instituições de saúde segundo os parâmetros éticos da Igreja, em 1994 subscrevemos um amplo acordo com o governo, que depois foi revisto e integrado em 2008. A sua aplicação porém não é eficaz como esperávamos. Algumas partes ainda não foram actuadas. Temos também um programa muito amplo para a Vih/Sida.
O programa do governo, porém, é mais consistente, com maiores recursos financeiros, consultores estrangeiros e a possibilidade de utilizar os meios de comunicação nacionais: televisão, rádio e jornal. Portanto, há uma maior influência em relação a nós. Assim é difundida uma visão secular e relativista da sexualidade. Para eles, a primeira preocupação é a prevenção do contágio; assim é promovida uma confiança pouco realista da eficiência do preservativo. A ineficiência deste meio é intencionalmente ignorada ou explicada de modo muito vago. Desse modo, a promiscuidade é até mesmo encorajada, o que leva a um número maior de contágios. Outra questão que gostaria de citar é o que leio no relatório da OMS sobre o comércio de medicamentos com fins de lucro. Está escrito que a eficácia de alguns desses medicamentos não é demonstrada, todavia são vendidos na África para a experimentação. A dose de alguns deles é perigosa, e até mesmo não é a indicada na confecção, ou são completamente falsos.
Existem outros medicamentos não aprovados nos países onde são produzidos, que porém são vendidos na África (por exemplo, Depo Provesa). Fala-se que a África está muito exposta a este género de medicamentos por causa da limitada capacidade de analisar, testar e controlar o que está a acontecer. A esse respeito, a Igreja deve também exortar os governos a fazer com que os curandeiros tradicionais sejam também vistos como responsáveis pelas suas atividades e que revelem os procedimentos de tratamento e dos medicamentos por eles ministrados.
No que diz respeito às nossas escolas, também recebemos subvenções governamentais. Até o momento não chegamos a um acordo, mas estamos a negociar. As nossas escolas deram um grande contributo para a educação, contributo reconhecido até pelo governo. Nos últimos três anos, as nossas duas escolas de segundo grau obtiveram os melhores resultados nos exames nacionais. O nosso objectivo é ter uma excelente escola, onde seja possível ajudar as crianças dotadas a crescer através de uma instrução de qualidade. A este propósito gostaria de fazer uma observação pessoal: eu tinha companheiros de escola muito capazes, que contudo foram obrigados a deixar a escola por causa da pobreza, por falta de motivação ou por outras razões. A África não se pode permitir perder cientistas e artistas potencialmente excelentes.
Para que a Igreja possa continuar a empenhar-se no âmbito da saúde e da formação, são necessários sempre recursos financeiros. É muito importante encontrar modos eficazes e eficientes para obter esses recursos.








All the contents on this site are copyrighted ©.