2009-10-14 12:48:32

Assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a África, o discernimento da Igreja universal sobre a maneira com a qual manter são, para a humanidade, o enorme pulmão espiritual da África .


(14/10/2009) Para a Igreja Católica na África , a reconciliação torna-se não um estado ou um agir, mas um processo dinâmico , uma tarefa que se deve compreender dia após dia, um objectivo pelo qual lutar, uma realidade que deve ser restabelecida, com amor, misericórdia , amizade tolerante, laços fraternos, confiança e confidencia. Afirma a síntese do debate apresentado na segunda assembleia especial do sínodo dos bispos para a África pelo relator geral o card. Peter Turkson.
Todas as formas de experiencia e de (pratica) concretização do tema do sínodo ( reconciliação, justiça e paz) precisam de ser evangelizadas, isto é compreendidas e vividas á luz do Evangelho. Nesta óptica , a reconciliação é a restauração da justiça e das justas exigências das relações.
“ A justiça ( o ser justo ) de Deus e o Seu Reino á a revelação de Deus que é destinada a ser a justiça dos seres humanos, explicou o card. Turkson para o qual este aspecto “é da máxima importância , pedido pela nossa natureza e identidade”. Os padres sinodais - salientou - ouviram testemunhos da urgência da reconciliação e dos inimigos, e constataram quanto ela é um acto de verdade e amor misericordioso.
E se a nível das varias comunidades, a liturgia e o sacramento da Penitencia oferecem momentos privilegiados para a sua celebração, a nível continental a Igreja africana propõe-se como objectivo favorecer o mesmo processo: “pede-se – afirmam os bispos – que o SECAM ( isto é o organismo que reúne as conferencia episcopais da África e Madagáscar ) procure obter o pape, de observador junto da União Africana e as conferencias episcopais regionais deveriam fazer a mesma coisa com os parlamentos regionais e nacionais, como acontece na África do Sul.
Segundo o relator geral do Sínodo “um testemunho actual deste desejo de viver numa comunhão eclesial activa é a decisão das duas conferencias episcopais regionais da África ocidental até agora distintas, anglófona e francófona , de constituir uma única conferencia episcopal regional.
O cardeal Peter Turkson, apresentando a síntese do debate sinodal quis também esclarecer o papel deste Sínodo que não é – disse – uma sessão especial da ONU para a África , mas sobretudo uma assembleia de fé que contudo não é um assunto exclusivamente africano, mas representa o discernimento da Igreja universal sobre a maneira com a qual manter são, para a humanidade, o enorme pulmão espiritual da África .
Um pulmão intoxicado por males internos, como a discriminação da mulher, a exploração das crianças, o abandono dos jovens, a droga, a SIDA. E por males externos como a exploração do ambiente e dos recursos da parte das multinaçionais, geradores de conflitos. Uma situação, acerca da qual o Ocidente reagiu em grande parte – denunciou o relator geral do Sínodo - procurando manter longe os africanos com legislações migratórias cada vez mais restritivas.
Contudo o sínodo não lança só acusações, mas antes e sobretudo faz um apelo a uma paz e uma justiça, cujo primeiro objectivo não seja a indemnização, mas tender a sarar através da admissão da culpa e o perdão.
No debate os padres sinodais indicaram depois como tarefa primordial da Igreja, como Família de Deus em África , a reabilitação da família africana na sua dignidade e na sua vocação, visto que é ameaçada : os padres sinodais denunciaram claramente as ideologias e os programas internacionais que são impostos ás nações africanas como motivações erradas e com condicionamentos em vista da ajuda ao desenvolvimento. Existe alarme entre os bispos africanos por causa da destruição de uma visão autentica do matrimónio e de uma noção sã de família . Vários padres sinodais indicaram que esta instituição encontra-se sob uma ameaça seria de instabilidade e de dissolução por causa da pobreza, dos conflitos, das crenças e praticas tradicionais ( feitiçaria ), das doenças, principalmente a malária e o HIV-SIDA. Mas preocupam ainda mais os ásperos ataques contra a família e á instituição fundamental do matrimónio , provenientes de ambientes externos ao mundo africano e atribuíveis a diferentes matrizes: ideologias do género, planificação dos nascimentos, esterilização, matrimónios homossexuais, convivências livres. Nalgumas sociedades, além disso, as mulheres são ainda recursos subdesenvolvidos: sofrem uma exclusão das mansões sociais, nas heranças, nos lugares de educação e nos centros de decisão. São vitimas sem defesa de estupros nas zonas de conflito, de matrimónios poligâmicos de tráficos de prostituição. E as crianças representam de facto a parte mais sofredora da população africana: sofrem abusos crianças soldados, submetidas a trabalhos ou vendidas, e são-lhes negados os seus direitos á educação.
Para os padres sinodais, entre os problemas de África merecem uma citação particular os jovens, pela sua exposição ao abuso da droga, á infecção do HIV-SIDA, á gravidez precoce , ás migrações, ao trafico de pessoas e aos trabalhos que os reduzem a condições servis. Estas desventuras fazem ressaltar também a pobreza das politicas governamentais acerca da educação, ou acerca dos programas de emprego, as relações escassas destes governos com a Igreja, com base na escassa qualidade e incremento da formação e á sua oposição á Igreja.








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