2009-10-13 10:17:23

Intervenção de Dom Timothée MODIBO-NZOCKENA, Bispo de Franceville (GABÂO)


S. E. R. Dom Timothée MODIBO-NZOCKENA, Bispo de Franceville, Presidente da Conferência Episcopal, Presidente da Associação das Conferências Episcopaies da África Central (A.C.E.R.A.C.) (GABÃO)

A nossa região da África Central continua a ser teatro de injustiças, de divisões e de violências inaceitáveis. É isso que torna a nossa vida presente difícil e duvidoso o futuro do nosso país. A miséria aflige a maioria da população. Os males sociais assumem uma dimensão alarmante. As mortes, as violações, os roubos, as violências de todos os tipos são banalizadas. As consequências dessas violências marcam profundamente as pessoas e a sociedade, os corações estão mais habitados pelo pecado que voltados para a conversão, a justiça que produz a paz é ultrajada, a verdade que só ela pode libertar, está em más condições. Para sair desta situação é necessário criar formas de reacção e culturas da justiça e da verdade.
A experiência bíblica propõe-nos caminhos de reconciliação. A reconciliação transforma as relações com Deus, com os outros e com o meio ambiente. A reconciliação verdadeira parte do coração. Só uma pessoa reconciliada com Deus e com ela própria é que se pode ser, por sua vez, fonte de reconciliação. Essa reconciliação é realizada em Jesus Cristo, o filho de Deus que, com a sua morte e a sua ressurreição, reconciliou os homens com Deus e entre eles.
Reconciliar todos os homens numa só família, a família de Deus, é e continua a ser a primeira missão da Igreja. Não é apenas reservada a algumas pessoas. É um dever de todos: Bispos, Padres, leigos e todas as instituições eclesiais. Os cristãos não devem ter medo de testemunhar a sua fé. Este compromisso pressupõe actos concretos de reconciliação na Igreja. Para estar ao serviço da reconciliação, a Igreja deve ser realmente uma família reconciliada.
O Sínodo deve suscitar no seio do povo de Deus na sua totalidade uma dinâmica de reconciliação. Para isso convém:
1. ter no seio de cada Diocese, uma instância encarregada de seguir regularmente a implementação das resoluções do Sínodo,
2. elaborar uma catequese e uma pastoral bíblica que favoreça a educação à reconciliação,
3. relembrar o sentido do respeito nas nossas tradições africanas e na Bíblia.
4. promover uma cultura do bem comum e do serviço desinteressado na Igreja e na sociedade.








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