2009-10-13 10:14:31

Intervenção de Dom Gervais BANSHIMIYUBUSA, Bispo de Ngozi (BURUNDI)


S. E. R. Dom Gervais BANSHIMIYUBUSA, Bispo de Ngozi (BURUNDI)

Depois de 15 anos de uma guerra civil que desestruturou a sociedade burundinesa (1993-2008), gostaria de agradecer-vos a vossa proximidade espiritual, moral e material, comunicando-vos que a guerra no país concluiu-se sem vencedores nem vencidos, mas através do diálogo e dos pactos entre os protagonistas. Actualmente o país está empenhado num processo de paz e de reconciliação, mas continuai a rezar por esta paz precária.
Dado que esta assembleia sinodal dos bispos para a África fala de justiça, paz e reconciliação na Igreja, parece-nos útil partilhar convosco um dos aspectos do papel da nossa Igreja neste processo de paz social e política que está em curso no país.
Omitindo (sem ignorar contudo a sua importância) as numerosas iniciativas de mediação, de ensino e de acção social levadas adiante pela Igreja do Burundi a fim de conduzir o país rumo à fase actual do processo de paz, gostaria de centralizar esta intervenção sobre a decisão da Igreja do Burundi de reunir-se em sínodo para dar o seu contributo específico para o processo de paz e de reconciliação do povo.
Desde 2004, diante da situação de uma sociedade que perdeu quase todos os seus pontos de referência culturais e morais e que se abandonava a crimes e pecados colectivos em larga escala, decidimos empenhar-nos com alguns sínodos diocesanos centrados sobre o seguinte tema: «convertamo-nos a fim de promover uma cultura da paz e da reconciliação».
Gostaria de concluir com um duplo apelo a esta Assembleia sinodal para a África:
1. Que incluamos nas nossas resoluções a celebração dos sínodos diocesanos a fim de levar adiante o tema da presente Assembleia, isto é: «as nossas Igrejas locais ao serviço da edificação de uma cultura de paz e de reconciliação»; dado que a obra de edificação de uma cultura de paz e de reconciliação não é um trabalho possível para os cristãos individualmente, procuremos envolver toda a família eclesial e não só, a fim de que a luz seja visível.
2. Que as Igrejas dos países ricos, no âmbito da nossa Igreja que é a mesma família de Deus em toda parte, nos ajudem com os próprios recursos para que haja na África institutos e universidades com faculdades centradas na prevenção e na resolução dos conflitos, além das faculdades para a paz e a reconciliação.







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