2009-10-13 19:00:33

A riqueza de África está nos seus habitantes, salientou no Sínodo o bispo moçambicano de Pemba: auditores moçambicanos e angolanos descreveram papel da Igreja na reconciliação e chamaram a atenção para emigrantes chineses


(13/10/2009) A maior riqueza de África são os seus habitantes, sobretudo a juventude e as crianças, afirmou o bispo de Pemba (Moçambique), sublinhando que o continente tem a população mais jovem do mundo. D. Ernesto Maguengue mostrou-se preocupado com as situações que afectam os mais novos – violência, prostituição, tráfico e consumo de drogas, crime organizado, conflitos étnicos e tribais, fundamentalismo religioso e participação nas seitas satânicas.
Diante desta realidade, o prelado sugeriu que o Sínodo transmita “uma mensagem de confiança e alento aos jovens, adolescentes e crianças”, denuncie “a manipulação e violação dos direitos dos mais novos”, proceda a um “estudo sério sobre a juventude africana” e “reveja os conteúdos e métodos da catequese”.
A presença significativa de trabalhadores chineses em África foi um dos assuntos destacados pelo Pe. Zeferino Martins, pertencente à província angolana da Sociedade do Verbo Divino.
Para a China, tratam-se de trabalhadores que “aumentarão a sua hegemonia no panorama económico mundial”; mas para os países que os recebem, “não são mais que mão-de-obra necessária para uma rápida reconstrução das infra-estruturas destruídas durante a guerra”, referiu o religioso. O Pe. Zeferino sugeriu que se elabore um programa para a aproximação da mensagem cristã aos trabalhadores chineses, “e não apenas nos países africanos”.
O secretário-geral da Comissão Episcopal Justiça e Paz de Moçambique, Ermelindo Monteiro, descreveu a acção da Igreja no país após o fim da guerra civil: consciencializou as pessoas para o perdão e reconciliação, promoveu a educação do povo para a paz através de pronunciamentos públicos dos bispos, organizou encontros ao mais alto nível eclesial com as autoridades governamentais e os responsáveis da Resistência Nacional, formou mais de dois mil “Animadores da Reconciliação” e promoveu orações pela paz dirigidas aos católicos e membros de outras Igrejas cristãs e confissões religiosas.
O responsável considerou que é preciso estar atento às atitudes da Igreja que possam constituir um contra-testemunho de apaziguamento e de justiça. Por outro lado, é necessário que o episcopado do continente potencie “mais e melhor” as comissões de Justiça e Paz.
Dirigindo-se aos prelados presentes na assembleia, Ermelindo Monteiro pediu-lhes que persistam no anúncio da verdade e na denúncia de tudo o que possa ferir a reconciliação em África, porque “o vosso empenho abnegado é um exemplo que se vai multiplicar em cada um dos fiéis que vos foram confiados”.








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