2009-10-11 15:19:13

Intervenção de Dom Fridolin AMBONGO BESUNGU, Bispo de Bokungu-Ikela (RDCONGO)


S. E. R. Dom Fridolin AMBONGO BESUNGU, O.F.M. Cap., Bispo de Bokungu-Ikela (REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO)

A exploração dos recursos naturais é um dos pressupostos para a paz duradoura na RDC. As repetidas guerras que vivemos recentemente revelaram que os recursos naturais que fazem da RDC um “escândalo geológico” são, uma fortuna enquanto carta economicamente importante para a recuperação do país, mas, ao mesmo tempo, uma desfortuna, pois é uma fonte de constante cobiça, de conflitos, de corrupção ou até da máfia internacional, da qual alguns congoleses são cúmplices. As causas principais destas guerras económicas, que colocam novamente em discussão o princípio da soberania dos povos sobre os seus recursos, são: a inexistência de um quadro jurídico internacional vinculante para as multinacionais e para as indústrias de extracção transnacionais, a militarização do sector minerário, o aumento exponencial da demanda de minerais actualmente estratégicos, a subordinação dos interesses diplomáticos aos interesses económicos das grandes potências, o desrespeito pela dignidade do povo congolês, do qual são apreciadas exclusivamente as riquezas, a intenção de “balcanizar” a RDC, avantajando os pequenos países, facilmente manipuláveis, etc. A CENCO intervém em três sectores prioritários. A CENCO criou uma Comissão Episcopal ad hoc para os recursos naturais, encarregada de acompanhar a questão da exploração dos recursos. No que concerne à educação, a CENCO publicou um vademecum do cidadão sobre a gestão dos recursos naturais. Este documento coloca o homem no centro da questão da exploração dos recursos; ajuda os cidadãos a organizarem-se a partir da base para exigir que as multinacionais respeitem as responsabilidades sociais das empresas; pede o respeito dos direitos dos homens e das comunidades. Vista a dimensão internacional da questão da exploração dos recursos, a CENCO espera que as Igrejas-irmãs elevem sua voz em solidariedade para com este povo, que já sofreu tanto, a fim de que a administração destes recursos, no respeito do direito, possa tornar-se uma ocasião de fraternidade e de desenvolvimento.







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