2009-10-10 12:07:51

Santa Sé pede empenho da comunidade internacional para um mundo livre das armas e da droga


(10/10/2009) Também num ano de crise económica como foi 2008, as despesas militares aumentaram 4%: é a denuncia do arcebispo Celestino Migliore que, intervindo esta quinta feira na 64ª assembleia geral da ONU em Nova Iorque exortou a comunidade internacional a responder ás expectativas de todos os povos para um mundo finalmente sem armas.
Sempre nesta quinta feira o observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas proferiu um discurso no Palácio de Vidro sobre a prevenção, redução e supressão do uso ilícito da droga.
A sociedade civil, as organizações humanitárias e sobretudo todos aqueles que sofrem por causa dos conflitos armados esperam ver um mundo livre de armamentos nucleares e no qual o comercio das armas seja estreitamente controlado: é o vibrante apelo lançado pelo arcebispo Celestino Migliore na reunião do primeiro comité da assembleia geral da ONU sobre o desarmamento e a segurança internacional. Todos os povos, acrescentou, querem ver um mundo no qual a educação, alimento, saúde e água sejam mais acessíveis do que as armas ilícitas.
O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas indicou no multilateralismo o instrumento idóneo para reduzir as despesas militares e promover o desarmamento em vista de uma segurança progressivamente desmilitarizada.
A este propósito manifestou apreço pelo recente Conselho de Segurança sobre o desarmamento e a não proliferação nuclear, efectuado a 24 de Setembro passado. E acolheu positivamente o novo clima politico promovido pelos principais protagonistas do desarmamento, citando em particular a adopção de uma nova Convenção sobre as armas de fragmentação. Ao mesmo tempo, porém recordou que passados 13 anos o Tratado para banir os ensaios nucleares ainda não entrou em vigor, e lamentou que alguns protagonistas internacionais decidiram não aprovar os instrumentos para banir as minas anti-pessoais. Finalmente reafirmou a posição da Santa Sé a favor de um Tratado sobre o comercio das armas. Estas não podem ser consideradas como qualquer outra mercadoria trocada nos mercados regionais e nacionais. E concluiu: a armazenagem excessiva e o comercio indiscriminado de armas não poder ser moralmente justificado de maneira nenhuma.
O arcebispo Celestino Migliore interveio também quinta feira na terceira comissão da Assembleia geral da ONU sobre o controlo internacional da droga.
O prelado sublinhou antes de mais que a droga continua a ser um obstáculo ao desenvolvimento económico, politico e social dos indivíduos e das nações. Foi assim que afirmou que a Santa Sé pede á comunidade internacional que proteja a saúde e a dignidade das pessoas, prevenindo o uso perigoso de drogas e aliviando o sofrimento de quem é tóxico dependente.
D. Migliore salientou que precisamente as populações mais pobres são as mais vulneráveis aos efeitos devastadores do comercio de droga. Por isso manifestou o apoio àqueles programas que fornecem ás famílias de agricultores alternativas validas ao cultivo de coca e papoila. A todos os níveis, disse, são necessários maiores esforços no sentido de evidenciar a relação causal entre crescimento do desenvolvimento e desenraizamento do comercio ilícito de droga.
O representante da Santa Sé na ONU deteve-se depois sobre a importância da família como pedra angular para combater a droga. É no ambiente familiar que as crianças podem aprender como evitar a droga e as suas consequências devastadoras.
D. Celestino Migliore quis ainda salientar que o trafico de droga está muitas vezes ligado a outros males como a proliferação de armas ligeiras, o crime organizado, o terrorismo e o trafico de pessoas.
Aqueles que são vitimas da droga precisam do apoio da família e da sociedade - mas aqueles que venceram esta batalha contra a droga podem ser modelos positivos e tornar-se embaixadores de esperança.








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