2009-10-10 14:56:55

Intervenção de Dom Jorge Enrique JIMÉNEZ CARVAJAL, Arcebispo de Cartagena na Colômbia (COLOMBIA)


S. E. R. Dom Jorge Enrique JIMÉNEZ CARVAJAL, C.I.M., Arcebispo de Cartagena na Colômbia (COLÔMBIA)

Milhares e milhares de seres humanos da raça negra chegaram à toda a América para serem vendidos e condenados a trabalhar até a morte.
Cartagena teve a infeliz sorte de ser um dos portos principais deste infame comércio, mas teve a grande sorte de acolher o grande testemunho de santidade do jesuíta São Pedro Claver, apóstolo dos escravos, cujo corpo repousa em nossa Catedral. Ele viveu para protegê-los, guiá-los na fé e ensinar a eles o amor a Deus, o amor de Deus, amor que sem dúvida os ajudou a sobreviver para hoje expressá-lo na perspectiva da fé cristã.
Pedro Claver esperava os “navios negreiros” numa ótica diferente daqueles que negociavam com eles. Para os comerciantes chegavam “escravos para o trabalho”, mas para o apóstolo chegavam “filhos de Deus” que queriam entender toda a verdade do Evangelho. Então o Negro cresce na Fé e a vive, mas se pergunta porque o companheiro que professa a mesma fé use o chicote, e não encontra resposta.
Todo este capítulo da “História Universal da Infâmia”, com a chama Sábato, aconteceu 15 séculos depois da vinda de Nosso Senhor Jesus e faz parte da escuridão que devemos superar a fim de atingir maiores níveis de dignidade, os mais elevados num mundo “falsamente globalizado”.
A África é a “Grande Pátria” de todas as nossas negritudes, do Canadá até a Terra do Fogo, incluindo toda a maravilha da presença desta raça nas Antilhas e no Caribe.
Muitas coisas que tornam grande o Continente Americano foram possíveis unicamente por causa da contribuição dos negros, herdeiros de tantas riquezas ainda hoje desconhecidas, herdeiros de uma grande abundância de símbolos que com o tempo teriam enriquecido a mensagem cristã, herdeiros daquela alegria com a qual os seus antepassados abraçaram a fé, não importa quanto a vida seja dura com eles. A história da África na América não uma história de ontem, é um hoje vivente!
Por este motivo acredito que este Sínodo tenha que dizer uma palavra às “Negritudes” americanas (espero que tenham notado que uso a palavra “americano” para designar toda a América, a do norte, a central, a das Antilhas, a caribenha e a do sul). Grande parte do coração deles está vivo e continuará vivendo na África, por isso perceberão e viverão como próprio o que acontece naquele continente.








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