2009-10-10 14:45:51

Intervenção de Dom Claudio Maria CELLI, Arcebispo titular de Civitanova, Presidente do Conselho Pontificio para as Comunicações Sociais


S. E. R. Dom Claudio Maria CELLI, Arcebispo titular de Civitanova, Presidente do Conselho Pontificio para as Comunicações Sociais (CIDADE DO VATICANO)

A mensagem final da Primeira Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, acontecida em 1994, sublinhava os desafios da comunicação para a Igreja-Família de Deus na África acenando à necessidade de ser criativa no primeiro areópago do tempo moderno: “Enquanto formos somente consumidores neste setor, corremos o risco de mudar a cultura sem querer, ou mesmo sem saber.”

A exortação “Ecclesia in Africa” dedicou 11 artigos aos mídia e à comunicação social e fez deles um dos 5 pilares para a edificação da “Igreja - Família de Deus”. Depois do primeiro sínodo foram criadas faculdades de comunicação social no seio das universidades católicas, emissoras radiofónicas e televisivas. Hoje estão operando pelo menos 163 rádios espalhadas em 32 países (antes de 1994 eram apenas 15) que são geridas e animadas por dioceses, congregações e organizações católicas. Algumas dioceses possuem um site na Internet; inumeráveis são as publicações no âmbito regional, diocesano ou paroquial.
Em Agosto de 1999 o CEPACS publicou um plano pastoral continental intitulado “Para uma igreja comunicativa” onde foram incorporadas as recomendações da “Ecclesia in Africa”.
Não há dúvida que existem “evoluções positivas” mas o “Instrumentum laboris” confirma que não se deu muito seguimento às decisões tomadas. Até agora, muitos não sabem nada do plano pastoral do CEPACS publicado em 1999. Sem coordenação e planificação a comunicação (EIA nº 126) não pode ser eficaz: é necessário, portanto, estabelecer estratégias e planos pastorais regionais e nacionais, inimagináveis, porém, sem a presença de recursos humanos competentes.
Parece oportuno apoiar também as associações dos comunicadores católicos, “fornecendo uma saudável formação humana, religiosa e espiritual”. Penso na UCAP (União católica africana de imprensa) o ramo continental da UCIP.
As recentes tecnologias da informação dão lugar a uma nova cultura a que chamamos digital. É verdade que no grande contexto africano tal cultura é ainda pouco relevante mas os dados recentes demonstram que o crescimento é surpreendentemente rápido. Tudo isto coloca um desafio pastoral à Igreja na África: como dialogar, como estar presente, como evangelizar tal cultura?
É bom, por fim, sublinhar também a exigência de dar vida o mais depressa possível a uma agência de notícias continental para a Igreja na África.
No passado mês de Abril, o nosso Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, em colaboração com a AMECEA, organizou um seminário de estudo, para cerca de 80 jovens, sobre o tema da comunicação a serviço da justiça, da paz e da reconciliação. Esta primeira iniciativa responde à exigência de promover em todos os âmbitos a formação. O desafio ao qual me referia não se resolve só com instrumentos tecnológicos cada vez mais sofisticados mas, sobretudo, com pessoas formadas especialmente no setor da comunicação. Por este motivo o Pontifício Conselho está disponível para colaborar com as várias Conferências Episcopais fornecendo bolsas de estudo para favorecer a formação de sacerdotes e religiosos.








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