2009-10-09 12:30:17

Solidariedade do Sínodo aos cristãos do Congo, vitimas de violência


((9/10/2009) Os bispos reunidos nestes dias no Vaticano para a II assembleia especial do sínodo dos bispos para a África lançaram um premente apelo para que seja restabelecida o mais depressa possível a ordem nas áreas do Congo, teatro nos últimos dias de violências contra os cristãos. Numa carta dirigida a D. Francisco Xavier Maroy Rusengo, arcebispo de Bukavu, que teve de abandonar quarta feira o Sínodo para estar próximo dos fieis da sua diocese, os padres sinodais pedem ás autoridades civis legitimas que envidem todos os esforços no sentido de restabelecer a ordem na justiça, para instaurar e garantir a paz, indispensável para uma vida normal aquela amada população.
Na noite entre 2 e 3 de Outubro, homens com farda militar sequestraram dois padres e um seminarista da paroquia de Chierano. Depois de os terem maltratado e roubado incendiaram a residência do pároco, , e pretenderam um resgate de 5000 dólares para os libertarem. Ataque semelhante ocorreu na noite entre 5 e 6 de Outubro contra o convento dos Irmãos Maristas de Nyangezi, 25 quilómetros a sul de Bukavu e o dormitório escolar do Instituto Weza cuja gestão está a cargo dos religiosos.
“Em nome da assembleia – lê-se na mensagem assinada pelos presidentes delegados do Sínodo e pelo Secretario Geral , juntamente com os Bispos da Republica Democrática do Congo presentes na aula sinodal – desejamos exprimir a nossa fraterna solidariedade, na esperança de que a reconciliação e a Boa Nova do Evangelho, como nos lembra a reflexão sinodal destes dias, seja ouvida como caminho partilhado por todos para chegar a condições de vida humana baseadas nos valores da justiça, reforçados pelo desejo da paz que é dom de Deus.
A mensagem termina com o apelo aos responsáveis civis da nação para que sejam restituídos á Arquidiocese de Bukavu, à região dos Grandes Lagos e a toda a África, dias tranquilos e serenidade de vida.
Precisamente nesta quinta feira dia 8, durante a sua intervenção no sínodo, D. Nicolau Djomo Lola ,bispo de Tshumbe, presidente da conferencia episcopal da Republica Democrática do Congo condenou as guerras e as violências sofridas pela República Democrática do Congo.
“Sentimo-nos compelidos a condenar as mentiras e os subterfúgios utilizados pelos predadores e mandantes destas guerras violentas. O tribalismo evocado incessantemente para justificar essas guerras na República Democrática do Congo não é senão um pretexto. A diversidade étnica é instrumentalizada a fim de se criar uma oportunidade para saquear os recursos naturais.”
Deploramos – acrescentou - que a comunidade internacional não actue suficientemente para pôr fim a estas guerras e violências e que não se interessem pelas suas verdadeiras causas: o saque dos recursos naturais. Ela limita-se a preocupar-se com as consequências das guerras em vez de enfrentar as suas causas de modo determinado e convicto.
Para este bispo, “num mundo em que se torna cada vez mais evidente que constituímos uma aldeia global, seriam necessárias acções concertadas e globais para pôr fim às violências perpetradas contra a África através do saque dos seus recursos, a fim de que se permita a esse continente, no início do terceiro milénio, viver também na paz e desenvolver-se na solidariedade com os outros.








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