Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - Bento XVI lembrou ontem os horrores da Segunda
Guerra Mundial durante um concerto de música clássica, no Auditório Santa Cecília,
em Roma, recordando o início do conflito, há 70 anos.
“A guerra desejada pelo
nazismo afetou muitos povos inocentes da Europa e de outros continentes, enquanto
o Holocausto feriu o povo judeu, alvo de um extermínio programado” – disse Bento XVI,
ao término do concerto “Os Jovens contra a Guerra”. O evento foi organizado pelo Pontifício
Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, pela Comissão para Relações Religiosas
com o Hebraísmo, a Embaixada Alemã junto à Santa Sé e o Fórum Mainau. Após o espetáculo,
ao qual assistiu o Presidente da República italiana Giorgio Napolitano, Bento XVI
falou de Pio XII, que foi papa entre 1939 e 1958, acusado por alguns historiadores
e personalidades judias de ter mantido silêncio ante o Holocausto.
O pontífice
lembrou a famosa mensagem enviada por Pio XII pelo rádio em 1939, pouco antes do início
da guerra:
“Pio XII lançou emocionados apelos à razão e à paz, mas infelizmente
ninguém conseguiu deter esta enorme catástrofe; prevaleceu a inexorável lógica do
egoísmo e da violência” - enfatizou.
Ele falou ainda da queda do muro de Berlim
há 20 anos, um acontecimento que representa o símbolo eloquente do final dos regimes
totalitários comunistas do leste europeu:
“A queda do muro demonstrou que as
liberdades fundamentais não podem ser reprimidas e sufocadas por muito tempo” - comentou.
O
pontífice disse esperar que o movimento ecumênico surgido naquele período contribua
para a construção da paz, operando junto com os judeus e todos os fiéis. Bento XVI
afirmou ainda que a Europa e o mundo inteiro têm sede de liberdade e paz, e que por
isso é preciso construir juntos a verdadeira civilização, que não seja baseada na
força. (CM)