2009-10-09 13:10:09

Intervenção do Card. Anthony Olubunmi OKOGIE, Arcebispo de Lagos (NIGÉRIA)


S. Em. R. Card. Anthony Olubunmi OKOGIE, Arcebispo de Lagos (NIGÉRIA)



Gostaria que olhássemos para as famílias africanas como para a fonte de diversas bênçãos divinas para o crescimento e o bem-estar das famílias africanas em geral.

A África, definida no passado o «continente negro», hoje é vista numa luz diferente pelos seus colonizadores, embora na maior parte dos países o continente ainda conhece a pobreza; os pobres tornam-se cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. A vida da família está a desmoronar por causa dos divórcios, infidelidades e ideologias ocidentais incompatíveis com a nossa cultura. Os recursos naturais necessários para o desenvolvimento da nossa sociedade são saqueados pelos neocolonialistas. Com efeito, pareceria que só os desonestos progridam na sociedade. Actualmente, o nosso moral está baixo e muitas pessoas, inclusive alguns líderes da Igreja, abandonando toda a prudência, dizem: «para que serve ser bom?». As palavras do profeta Malaquias «não tudo está perdido, basta confiar em Deus» são muito apropriadas para quem se encontra hoje na nossa posição. Parece que esquecemos que, como filhos, somos mais queridos a Deus que os filhos o são aos seus pais. Parece que esquecemos as palavras do Senhor Jesus «sem mim nada podeis fazer». Portanto, armemo-nos com a oração e sejamos pacientes porque em Deus a justiça autêntica prevalecerá, sabendo que o seu amor por nós supera qualquer coisa que podemos imaginar.

Geralmente, os africanos são conhecidos como pessoas muito religiosas. A ideia de Deus ou da divindade é inata em nós. Por conseguinte, não surpreende que duas das religiões mais difundidas no mundo, o cristianismo e o islã, tenham sido acolhidas com ardor no continente. Contudo, é triste constatar que com frequência, destas duas religiões, tenha sido praticado o mal e tenham sido tornadas uma fonte de conflitos mortais na África. Não obstante, muitos pais dificilmente conseguem cumprir as próprias responsabilidades para com a família sem uma vida familiar de oração organizada, consciente, consistente e séria ou, dito em termos mais simples, sem recorrer a Deus nos momentos de dificuldade, de alegria e de sofrimento. Elas sabem e crêem firmemente que só Deus pode mudar, abençoar e tornar forte a família.

Ao agradecer-vos pelas diversas sugestões relativas à necessidade da oração, gostaria de unir a minha voz para realçar ainda mais a importância e a centralidade da oração nesta situação aparentemente desolada. Por mais que as coisas pareçam ir mal, por quantas soluções se possam propor, se elas não são abençoadas por Deus, pergunto-me quanto possa ser duradouro o nosso sucesso, se é que existe. Portanto, não esqueçamos de encorajar os nossos fiéis a propósito deste dom que Deus nos deu, sabendo que só com Ele poderemos ter sucesso. Ele é a videira e nós os ramos. Portanto, com Ele poderemos cumprir o nosso compromisso.








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