Bispo de Cabo Verde, presente no Sínodo para a África, preside domingo à festa da
comunidade cabo-verdeana
A comunidade cabo-verdeana de Roma celebrará neste domingo, dia 11, em sintonia com
o Sínodo dos Bispos em curso no Vaticano, a sua tradicional festa de Nossa Senhora
do Rosário, desta vez presidida por D. Arlindo Furtado, desde há três meses bispo
de Santiago de Cabo Verde, que se encontra em Roma precisamente para participar nos
trabalhos sinodais. A festa, na sua 39ª edição, terá lugar na sede da comunidade
católica cabo-verdeana em Roma, na rua Sicília, na igreja das Missionárias do Sagrado
Coração/Scalabrinianas, na paróquia de S. Camilo de Lélis. O Centro cabo-verdeano
“Madonna del Rosario” pertence à rede de Centros de acolhimento para imigrantes do
Movimento Tra Noi (Entre Nós), inspirado no carisma de S. Luís Orione. A comunidade
de Cabo Verde, uma das mais antigas da capital italiana, apresenta características
próprias: constituída na maioria por mulheres; goza de boa fama pela dedicação ao
trabalho doméstico, com uma segunda geração e famílias bem integradas na Itália, com
um dinâmico e diversificado movimento associativo, acções de desenvolvimento geminado
e solidariedade com Cabo Verde e uma boa integração eclesial nas paróquias da cidade.
Já
no domingo passado uma delegação de imigrantes caboverdianos, acompanhados pelo respectivo
capelão, Padre Rui Pedro, esteve presente na missa com a qual o Santo Padre inaugurou
solenemente a segunda Assembleia especial do Sínodo dos bispos para a África. Como
explica o P. Rui Pedro, “os imigrantes de Cabo Verde quiseram assim marcar presença
não apenas em nome das duas dioceses do arquipélago atlântico, mas também das outras
numerosas comunidades da diáspora, sobretudo na América, Holanda, Portugal e Luxemburgo.
Afirmaram, deste modo, a profunda comunhão com a Igreja em momento de sinodalidade
e manifestaram o seu compromisso de reconciliação e paz em África e no mundo. Na verdade,
o mundo das migrações – apesar de complexo, global e repleto de contradições – necessita
também de paz e muita justiça. Diante do aumento do racismo e xenofobia em Itália
e Europa, face às crescentes situações humanitárias ligadas às migrações forçadas
e tráfico de pessoas em África, causadas por guerras e mudanças climáticas, os migrantes
e suas famílias querem continuar a ser instrumentos de reconciliação e diálogo para
uma sociedade integrada”.