2009-10-08 12:42:02

Intervenção do Card. Jean-Louis TAURAN, Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso


S. Em. R. Card. Jean-Louis TAURAN, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso (CIDADE DO VATICANO)

A religião tradicional africana (RTA) exerce ainda uma forte influência sobre os africanos que são naturalmente religiosos.
Bem antes da chegada do cristianismo e do islã, as populações reconheciam a existência de um Ser Supremo, o “Grande Vivente”: os missionários cristãos não fizeram com que os africanos descobrissem Deus (tinham já uma ideia): levaram a eles Jesus Cristo, “ Deus que possui um rosto humano” (Spe salvi, 31).
O Islã está em constante crescimento graças à três instrumentos: as irmandades, as escolas corânicas e as mesquitas. É geralmente tolerante, excepto em algumas situações bem conhecidas (Nigéria).
A actividade das seitas, por causa da simplicidade de suas crenças, seduz muitos africanos que vivem na precariedade. Diante desta situação, os bispos não deixam de reagir e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso se esforça para ajuda-los a difundir um ensinamento sobre as diferentes religiões na África, na formação ao sacerdócio e à vida religiosa, organizando no local encontros de formação para os formadores.
Seria oportuno que a Assembleia sinodal incentivasse o estudo da RTA, que convidasse a um maior cuidado pastoral em prol daqueles que vivem no contexto da RTA e sugerisse o que é possível fazer juntos em vista do bem comum.
A Igreja Católica possui um instrumento particularmente apto à formação da reconciliação, da justiça e da paz: as escolas e as universidades católicas.
O crescimento das seitas pode ser considerado como um convite aos pastores a cuidarem mais da transmissão do conteúdo da fé no contexto cultural africano. Se quisermos responder à pergunta: o que o Evangelho tem a oferecer de novo aos africanos, é indispensável conhecer e apreciar as raízes religiosas dos povos deste continente visto que, segundo um provérbio africano, “somente afundando suas raízes na terra fértil, a árvore poderá crescer”.








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