2009-10-08 17:12:57

Intervenção de Dom Vincent COULIBALY, Arcebispo de Conakry (GUINÉ)


S. E. R. Dom Vincent COULIBALY, Arcebispo de Conakry, Presidente da Conferência Episcopal (GUINÉ)



O interesse da Igreja-Família de Deus que se encontra na Guiné pelas questões da reconciliação, da justiça e da paz, emergiu frequentemente das intervenções de seus pastores. Recordamos a coragem e a determinação dos nossos predecessores que denunciaram as maliciosas armadilhas criadas pelos poderes para tomar como refém o que existe de mais nobre no homem: a liberdade.

Temos numerosas figuras carismáticas que lançaram no coração do nosso povo as sementes da reconciliação, da justiça e da paz. Pensamos, antes de tudo, nos missionários expulsos em 1967 por causa da sua visão profética sobre o que seria o futuro do nosso povo. As intervenções dos nossos dois predecessores, Dom Raymond-Marie Tchidimbo e Dom Robert Sarah, sobre o tema da reconciliação, da justiça e da paz, continuam a ser ainda hoje pertinentes para os habitantes da Guiné.

Seguindo suas pegadas, o episcopado continua hoje a chamar a atenção dos dirigentes sobre a questão da reconciliação, da justiça e da paz. Continua a desempenhar o seu papel de sentinela às portas da cidade. Em numerosas declarações, o episcopado convidou os habitantes da Guiné ao diálogo. A última declaração foi publicada no dia 25 de Setembro de 2009.

Infelizmente o seu apelo de 25 de Setembro não foi acolhido porque fala o demónio-dinheiro, os seus numerosos adeptos alegram-se e nada impede eles de agir. Nem mesmo a morte é um obstáculo para eles. Assim, no dia 28 de Setembro de 2009, o povo estava novamente de luto pela trágica morte de dezenas ou de centenas de pessoas após uma manifestação reprimida pelos militares, no sangue.

Esta acção do episcopado não pode existir sem a contribuição de um laicado organizado e comprometido através, por exemplo, da Organização Católica para a Promoção Humana (OCPH) e da Comissão Justiça e Paz. Todavia, estamos ainda distantes de ter um laicado santo que o primeiro Sínodo auspiciava. O apelo do Papa, na sua primeira encíclica “Deus Caritas est”, que diferencia a ordem justa e o homem justo, nos motivou ainda mais para a formação dos nossos leigos.

Por sua vez, acreditamos ser essencial promover o diálogo inter-religioso a três, entre cristianismo, religião tradicional africana e islamismo para construir a paz e para colocar à luz o espírito da fraternidade e da solidariedade do gênio cultural africano.

Enfim, fazemos os nossos mais sentidos agradecimentos ao Santo Padre pelo seu apoio ao nosso país durante o Angelus do último domingo.








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