Diálogo inter-religioso e dificuldades sentidas pela Igreja em África, nos trabalhos
do Sínodo que esta sexta feira escutaráRudolphe Adada, antigo responsável
pela força da ONU no Darfur
(8/10/2009) Entre as intervenções que tiveram lugar no Sínodo, destacou-se a questão
da relação entre católicos e fiéis de outras religiões. O Cardeal Jean-Louis Tauran,
presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso (CPDIR), lembrou
que a religião tradicional africana (RTA) exerce ainda uma forte influência sobre
os africanos que são “naturalmente religiosos”. Este responsável sublinhou também
que o Islão “está em constante crescimento” e é geralmente tolerante. Quanto às seitas,
referiu que “por causa da simplicidade das suas crenças, seduz muitos africanos que
vivem na precariedade”. “Diante desta situação, os bispos não deixam de reagir
e o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso se esforça para ajuda-los a
difundir um ensinamento sobre as diferentes religiões na África, na formação ao sacerdócio
e à vida religiosa, organizando no local encontros de formação para os formadores”,
disse. D. Ambroise Ouédraogo, Bispo de Maradi (Burkina-Faso), manifestou a sua
convicção de que “hoje o diálogo entre cristãos e muçulmanos não só é possível, mas
é necessário e urgente por causa dos conflitos, das guerras e da violência que afligem
a nossa África e o nosso mundo”. Já D. Tarcisius Gervazio Ziyaye, Arcebispo de
Blantyre (Malawi), disse que o aumento do número de católicos não deve ser considerado
suficiente pelos responsáveis da Igreja. “É desanimador, que na África hoje, os católicos
possam participar em conflitos políticos e étnicos e que os políticos católicos possam
estar envolvidos em graves corrupções de recursos públicos, e que alguns dos nossos
católicos se voltem a práticas ocultistas em tempos de dificuldades”, apontou. D.
Robert Sarah, Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, condenou
a “teoria do género” e disse que “a África deve proteger-se da contaminação do cinismo
intelectual do Ocidente”. Esta Sexta-feira, 9 de Outubro, na abertura da nona Congregação
Geral fará uma intervenção Rudolphe Adada, antigo responsável pela força da ONU no
Darfur, para referir sobre os esforços de paz na região sudanesa, que diz respeito
a vários Países africanos. A segunda conferência de imprensa sobre os trabalhos
sinodais (com a tradução simultânea em italiano, inglês, francês e português) realizar-se-á
a 14 de Outubro.