2009-10-06 13:19:38

O apelo, no Sínodo dos Bispos para a África, do Patriarca Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope aos líderes religiosos para que actuem a favor da paz e para que protejam os recursos naturais que Deus nos deu, defendendo as crianças e adolescentes.


(6/10/2009) “A proclamação do Evangelho não se pode separar do empenho em construir uma sociedade conforme com a vontade de Deus, respeitando os dons da criação e protegendo a dignidade de todos os Seus filhos”: sublinhou Bento XVI, intervindo nesta terça de manhã no Sínodo para a África, após o discurso do Patriarca Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope. O Papa fez-se eco de idêntica afirmação deste convidado de honra, de entre os Delegados fraternos presentes nesta assembleia sinodal.

O Patriarca Ortodoxo Etíope recordou os dons que a África recebeu de Deus: “muitos e diferentes povos, condições e línguas, num colorido espectro de especial beleza”. Uma realidade multiforme fecundada, desde os primeiros tempos do cristianismo e até ao presente pelos santos e mártires que deu à Igreja.
O Patriarca Paulos evocou os sérios problemas que o continente enfrenta, em todos os campos, para construir um verdadeiro desenvolvimento. Referido também “o caos criado pelos extremistas religiosos” e por tantas forças negativas responsáveis por guerras e injustiças que não poupam as crianças e os mais indefesos.

“Quereria apelar a todos os líderes religiosos para que actuem a favor da paz e para que protejam os recursos naturais que Deus nos deu, defendendo as crianças e adolescentes.
Tenho a esperança de que deste Sínodo possam sair orientações e soluções éticas para o bem da nossa bem amada África. Temos que exercer a nossa peculiar responsabilidade como líderes religiosos e chefes de Igrejas: conhecendo e apoiando, quando é o caso, as sugestões que vêm dos nossos povos, ou, pelo contrário, para rejeitá-las quando estão em contradição com o respeito e com o amor pelo Homem, que se radicam no Evangelho”.

Justamente se espera “que os cristãos sejam mensageiros de transformação promovendo justiça, paz, reconciliação e desenvolvimento – sublinhou o Patriarca, que mencionou expressamente a benéfica actividade da Comunidade de Santo Egídio a favor de todos em África.

“Os líderes religiosos africanos não se devem preocupar unicamente com a actividade social, mas hão-de dar também resposta às grandes necessidades espirituais dos homens e mulheres da África.
Não há que tratar separadamente apostolado e obras sociais… O apostolado é a raiz de uma actividade social efectiva e cheia de compaixão. A nossa Terra precisa de ser nutrida com os ensinamentos dos seus pais religiosos e eu sinto-me obrigado, juntamente convosco, a traduzir em prática a nossa pregação”.

Idêntica posição foi expressa pelo Papa, em eco às palavras do Patriarca Paulos:

“A proclamação do Evangelho não se pode separar do empenho em construir um sociedade que se conforme com a vontade de Deus, respeite as bênçãos da sua criação e proteja a dignidade e inocência das crianças. Em Cristo, nós sabemos que a reconciliação é possível, a justiça pode prevalecer, pode-se consolidar a paz! É esta a mensagem de esperança que somos chamados a proclamar”.

Agradecendo a presença e as palavras do Patriarca Ortodoxo da Etiópia, Bento XVI convidou a rezar para que “as nossas Igrejas se vão aproximando cada vez mais daquela unidade que é dom do Espírito Santo, para testemunhar conjuntamente a esperança que o Evangelho traz consigo”.

“Continuemos a actuar a favor do desenvolvimento integral de todos as populações da África, fortalecendo as famílias, que são o baluarte da sociedade africana, educando os jovens que são o futuro da África e contribuindo para construir sociedades marcadas pela honestidade, integridade e solidariedade”.







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