Na abertura dos trabalhos do Sínodo, Bento XVI alerta para o facto de as analises
do mundo serem insuficientes se o mundo não for considerado á luz de Deus, se não
se descobrir que na base das injustiças, da corrupção, está um coração não recto,
um fechar-se a Deus
(5/10/2009) A caridade gratuita de Deus, que cada cristão deve anunciar, abra os
confins de tribos, etnias e religiões. Estes os votos formulados pelo Papa Bento XVI
concluindo esta manhã no Vaticano a meditação introdutiva da primeira congregação
geral do sínodo dos bispos para a África, depois da recitação da hora Tertia. O
Santo Padre convidou os padres sinodais a enfrentarem os trabalhos desta assembleia
com o coração aberto ao Espírito de Deus, sem o qual - afirmou – qualquer analise,
apenas humana, da realidade é insuficiente. Ainda nenhuma das varias igrejas africanas,
apresentou o quadro da realidade que vive, mas Bento XVI delineou já esta manhã os
limites e sobretudo o espírito com o qual esse quadro deve ser apresentado no debate
sinodal: Iniciamos agora o nosso sínodo, invocando o Espírito Santo, sabendo
bem que nós não podemos fazer o que é necessário para a Igreja e para o mundo, neste
momento. Somente na força do Espírito Santo podemos encontrar o que é recto e segui-lo. O
Espírito portanto é aquele divino que permite – afirma o Papa – conhecer as realidades
humanas á luz de Deus. Os limites são aqueles de avaliações do contesto social africano
que, embora competentes são formuladas seguindo binários de tipo, simplesmente sociológico.
Analises horizontais, como as define o Papa , desligadas da dimensão vertical: Se
a primeira relação, aquela que fundamenta, não é correcta, todas as outras relações
não funcionam. Portanto todas as nossas analises do mundo são insuficientes se não
considerarmos o mundo á luz de Deus se não descobrirmos, que na base das injustiças,
da corrupção está um coração não recto, está um fechar-se a Deus e portanto uma falsificação
da relação fundamental sobre a qual passaram as outras. Na sua meditação,
Bento XVI invocou o Espírito Santo para que ilumine a assembleia do sínodo dos bispos
para a África, indicando três directrizes: a confissão, a caridade e o próximo. Com
a primeira -explicou – colocamo-nos em relação com Deus admitindo os próprios limites,
e colhendo ao mesmo tempo a sua resposta, a sua disponibilidade a agarrar na nossa
mão: praticamente o inicio da evangelização, e um sinal da proximidade de Deus. Com
a segunda a fé torna-se concreta. Iluminando a relação com o outro do amor de Deus,
realiza-se a paz e a reconciliação.