2009-10-05 19:38:35

DOM RAYMUNDO NO SÍNODO DESTACA PROBLEMAS COMUNS ENTRE ÁFRICA E AMÉRICA LATINA


Cidade do Vaticano, 05 out (RV) - O presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, fez um pronunciamento esta tarde na II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos que teve início esta manhã, no Vaticano.

"Estamos aqui não só para manifestar nossa fraternidade com a Igreja na África, mas também para aprender, pois temos a certeza de que as conclusões desta II Assembléia Especial ajudarão também a Igreja na América Latina na missão de reconciliação e na busca da justiça e da paz" – frisou Dom Raymundo.

O arcebispo de Aparecida sublinhou ainda que "temos na América Latina uma população de origem africana mais numerosa do que a população dos povos originários, os indígenas". Ele ressaltou alguns problemas sociais comuns tanto na África quanto na América Latina como a pobreza, a falta de alimentação, moradia, educação e saúde.

No âmbito político e institucional, Dom Raymundo frisou que em muitos países da América Latina "não há uma democracia suficientemente enraizada na cultura do povo". Ele destacou a corrupção freqüente que leva a população ao conformismo e a não acreditar na política como arte de promoção do bem comum.

O prelado sublinhou que a Igreja na América Latina possui uma múltipla e rica experiência, não obstante os sofrimentos e as falhas, e que hoje existe uma experiência pastoral mais estável, cuja riqueza se manifestou nas cinco Conferências Gerais do Episcopado da América Latina e do Caribe e hoje se manifesta na Missão Continental que coloca a Igreja em estado permanente de Missão. "Os documentos dessas conferências sempre deram uma atenção especial aos camponeses, indígenas e afro-descendentes, entre as diversas prioridades pastorais" – frisou Dom Raymundo.

O arcebispo de Aparecida sugeriu alguns temas de diálogo em vista de um possível intercâmbio fraterno entre a Igreja na África e na América Latina: convidar os bispos da Igreja Católica presentes nos dois continentes para uma troca de experiência colegial, pastoral e organizacional a fim de enriquecer a missão da Igreja; ampliar a experiência já existente de dioceses e congregações religiosas que enviam missionários à Igreja na África; oferecer seminários para a primeira formação sacerdotal em algumas Igrejas particulares na América Lática, com mais recursos.

Dom Raymundo afirmou que o CELAM também concorda em acolher, em Bogotá, para cursos de formação nos Institutos Pastoral e Bíblico, sacerdotes, consagrados e leigos agentes de pastorais provenientes da África, tudo isso com a aprovação da Santa Sé.

O arcebispo de Aparecida finalizou seu discurso invocando Nossa Senhora de Guadalupe, Rainha e Padroeira da América, para que acompanhe os trabalhos do Sínodo e ajude a Igreja na África a encontrar caminhos de reconciliação, justiça e paz. (MJ)







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