Cidade do Vaticano 05 out (RV) - “A Igreja na África registrou um grande entusiasmo”
nos últimos anos. “De 1978 a 2007, o número de católicos africanos passou de 55 milhões
para cerca de 165 milhões. Também as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada tiveram
um notável crescimento”. O perfil da Igreja africana, que vive a partir de hoje, até
o dia 25 , no Vaticano, a II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos foi descrito
pelo Secretário-Geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, durante um encontro com a imprensa
na última semana no Vaticano.
Dom Eterović recordou que “de 1994 a 2008 foram
mortos na África, por causa do nome de Jesus Cristo, 521 agentes de pastoral”. Em
2008, disse ainda o Secretário-Geral, “dos 20 agentes pastorais católicos assassinados
no mundo, 5 eram africanos: 3 sacerdotes, 1 religioso e 1 voluntário leigo, provenientes
respectivamente do Quênia, Guiné-Conacri, Nigéria e República Democrática do Congo”.
O Secretário-Geral do Sínodo sublinhou que “o Evangelho por eles anunciado
é o verdadeiro sal da terra, garantia de uma evangelização com profundas raízes. A
Boa Nova acompanhada pelo testemunho do seu serviço eclesial torna-se a luz que brilha
nas trevas do mundo, muitas vezes densamente concentradas em algumas partes do continente
africano”.
Dom Eterović percorreu ainda a história da Igreja Africana: “Em
algumas áreas, como por exemplo na atual Angola, a Boa Nova está sendo anunciada há
mais de 500 anos”, enquanto, nas regiões do nordeste da África, “desde os tempos dos
apóstolos”. Em outras regiões, ao invés, “a luz do Evangelho penetrou com os missionários
cerca de 100 anos atrás”. Para o Secretário-Geral do Sínodo, “um dos sinais de fecundidade
apostólica são as vocações missionárias africanas”. “São cada vez mais sacerdotes,
religiosos, religiosas e leigos que desenvolvem o serviço pastoral em outras Igrejas
particulares na África ou em outros continentes”. Eles, prosseguiu o arcebispo, procuram,
entre outras coisas “aliviar as feridas abertas no espírito e no corpo dos seus irmãos
diante dos grandes desafios do subdesenvolvimento e, portanto, da fome, das doenças,
das violências, inclusive as guerras”
O auspício da Igreja na África, concluiu
Dom Eterović, é “retomar, com renovado zelo, a ação de evangelização e de promoção
humana no grande continente. Uma Igreja reconciliada no seu interior tornar-se-á anunciadora
crível da reconciliação também na sociedade, levando uma insubstituível contribuição
à promoção da justiça e à obtenção da paz”. (SP)