(1/10/2009) "Os africanos esperam com confiança e optimismo os resultados do próximo
Sínodo. E pedem respeito pela sua dignidade, não obstante a pobreza": foi o que disse
o cardeal-arcebispo de Nairobi John Njue, presidente da Conferência Episcopal Queniana,
referindo-se à iminente Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para África, que
iniciará os seus trabalhos na próxima segunda feira e que estará centrado nos temas
da justiça, reconciliação e paz.
O purpurado mostra-se preocupado com os conflitos
internos existentes no continente e com os migrantes que são expulsos dos seus países.
Falando do fenómeno da migração rumo à Europa e da não aceitação dos europeus,
ressaltou que os países da Europa devem tomar as suas decisões considerando a dignidade
da pessoa humana, a dignidade dos imigrantes. "Este deve ser o princípio fundamental"
– frisou.
"Precisamos uns dos outros. Devemos juntos encontrar soluções
para que não aconteça que um continente sofra e o outro esteja ali de braços cruzados
a ver o que se passa. Cada continente tem as sua riquezas e as suas pobrezas. Gostaria
de ver mais comunhão e o reconhecimento da dignidade uns dos outros" – sublinhou o
cardeal-arcebispo de Nairobi .
Frisou ainda que a cultura africana tem os seus
valores que devem ser reconhecidos na Europa e também na Ásia, a fim que todos se
tornem mais fortes e não somente alguns.
Falando sobre o futuro do cristianismo
na África o purpurado reconheceu o trabalho realizado por vários missionários no continente
e frisou que o orgulho dos africanos de serem cristãos se manifesta no desejo de querer
viver plenamente a herança deixada pelos missionários.
Haverá sempre desafios,
mas não queremos perder a esperança. É por isso que investimos na formação de padres,
religiosos e religiosas a fim de que sejam verdadeiros instrumentos de evangelização"
– concluiu o Cardeal Njue.