Cidade do Vaticano, 30 set (RV) - Em entrevista concedida à Rádio Vaticano,
Dom Fouad Twal, patriarca latino de Jerusalém, afirmou ontem que o Sínodo para o Oriente
Médio, programado para outubro de 2010, no Vaticano, será uma ocasião de propostas
e esperanças, como a de encontrar uma maneira de deter a migração de fiéis da Terra
Santa.
Na semana passada, o patriarca participou de uma série de reuniões
preliminares à organização do Sínodo, que terá o tema “A Igreja Católica no Oriente
Médio. Comunhão e testemunho. A multidão de fiéis tinha um só coração e uma só alma”.
“Estamos
felizes pela convocação do Sínodo para o Oriente Médio - confessou - e considerando
a situação em que vivem os cristãos, e em que vive toda a região, inclusive muçulmanos
e judeus, sentimos a necessidade de expor nossos temores, angústias, aspirações e
propostas para o futuro; será uma chance para confirmar nossos fiéis em sua fé e consolidar
sua presença, face à ‘hemorragia humana’ da migração” – declarou Dom Twal.
“Sentimos
a necessidade de estar junto à Santa Sé, sob o auspício do Santo Padre, aqui em Roma”
– disse, reconhecendo que “a Igreja do Oriente Médio é uma Igreja do Calvário, uma
Igreja que leva a cruz, e que muitas vezes, sente que este caminho de cruz não tem
um final”.
“Estamos aqui, feridos, mas repletos de esperança, e após a presença
do Santo Padre entre nós na Terra Santa, Jordânia, Palestina e Israel, peço agora
a solidariedade e a oração de toda a Igreja universal, exortando as conferências episcopais
e as comunidades do mundo a sentirem-se co-responsáveis pela comunidade cristã que
sobrevive na Terra Santa”.
Segundo ele, o Sínodo abordará ainda a questão
da comunhão entre os católicos dos diversos ritos, e obviamente, o diálogo com o Islã
e com Israel. “São muitos os problemas que nos preocupam” – antecipou, concluindo
a entrevista:
“O Senhor nos disse: se alguém quer seguir-me, carregue sua cruz.
Nós a levamos, na esperança de que teremos um dia a alegria de viver”. (CM)