“Aquele que mantém a capacidade de ver a beleza nunca envelhece”: Bento XVI cita Kafka,
ao despedir-se, no aeroporto, da Republica Checa
(28/9/2009) Com o regresso a Roma, ao fim da tarde desta segunda-feira, concluiu-se
a décima terceira viagem apostólica de Bento XVI, que o levou, de 26 a 28 de Setembro,
à República Checa. No discurso final, de despedida, no aeroporto, Bento XVI, para
além dos devidos agradecimentos pelo acolhimento recebido e pelo empenho de todos
pelo bom êxito da visita, passou rapidamente em resenha os diversos momentos do programa.
Para além das celebrações eucarísticas em Brno e em Stara Boleslav e das vésperas
na catedral de Praga, o Papa fez questão de sublinhar especialmente três outros encontros:
com os delegados das diversas confissões cristãs, com a comunidade universitária e
com os jovens.
“O encontro com as outras comunidades cristãs – observou –
trouxe-me ao espírito a importância do diálogo ecuménico nesta terra que muito sofreu
com as consequências da divisão religiosa nos tempos da Guerra dos Trinta Anos. Muito
se fez já para cicatrizar as feridas do passado, e têm-se dado passos decisivos no
caminho da reconciliação e da verdadeira unidade em Cristo”.
E precisamente,
“para consolidar mais ainda estes sólidos alicerces – prosseguiu Bento XVI, a comunidade
académica tem um importante papel a desempenhar, através de uma busca da verdade,
livre de qualquer compromisso. Foi com prazer que tive a oportunidade de me deter
com representantes das Universidades do país, exprimindo a minha estima pela nobre
vocação a que dedicam a sua vida”.
Finalmente, uma referência muito particular
ao encontro com os jovens, por ocasião da Missa celebrada no dia de São Venceslau.
“Foi com muito gosto que me encontrei com os jovens, para os encorajar (disse o Papa)
a edificarem sobre o melhor das tradições desta nação, particularmente da sua herança
cristã”. E Bento XVI concluiu as suas palavras de despedida de Praga citando
uma frase atribuída a Kafka: “Aquele que mantém a capacidade de ver a beleza nunca
envelhece”. “Se os nossos olhos permanecerem despertos para a beleza da Criação divina,
e os nossos espíritos para a sua verdade, temos então a esperança de permanecer jovens
e de construir um mundo que reflicta algo da beleza divina, inspirando as gerações
futuras a fazerem outro tanto” – concluiu o Papa.