2009-09-27 15:59:25

PAPA NA MISSA EM BRNO: CRISTO É NOSSA ÚNICA ESPERANÇA CERTA


Praga, 27 set (RV) - Prossegue, em seu segundo dia, a visita pastoral de Bento XVI à República Tcheca, em sua 13ª viagem apostólica internacional. Esta manhã, o Santo Padre deixou Praga transferindo-se de avião para a cidade de Brno – capital da região tcheca da Moravia, onde, às 10h locais, celebrou a santa missa na esplanada adjacente ao aeroporto da cidade.

A celebração teve a participação de cento e cinqüenta mil fiéis, entre os quais milhares de peregrinos provenientes da Eslováquia, Polônia, Alemanha, Hungria e Áustria. Trata-se do maior encontro religioso da história da República Tcheca. Foi a primeira vez que um papa visitou a cidade.

Na homilia da celebração, o Santo Padre fez um convite a se redescobrir a salvação trazida por Jesus, única esperança da humanidade. A história ensina o absurdo ao qual o homem chega quando exclui Deus – observou.

A missa, concelebrada por cerca de 50 cardeais e bispos, teve a participação, entre outras autoridades, do presidente do tcheco, Václav Klaus, acompanhado de sua consorte.

Tratou-se de uma missa vivida com grande participação. No início, um sacerdote explicou que era desejo do papa viver o rito em silencioso recolhimento, sem aplausos e vivas. Foi uma exortação acolhida muito positivamente pelos fiéis, que durante o regime comunista eram obrigados a manifestações de apoio fortemente entusiastas.

Próximo ao altar encontrava-se a imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus, do Santuário de Turany – a chamada Mãe dos Espinhos, consoladora daqueles que se encontram na dor e no sofrimento.

O pontífice recordou que Jesus veio para anunciar a libertação e alegria a todos os aflitos e aos pobres: Ele é "a única esperança 'certa' e 'confiável' de que precisam esta terra, a Europa e toda a humanidade:

"A experiência da história mostra a quais absurdos chega o homem quando exclui Deus do horizonte de suas escolhas e de suas ações, e como não é fácil construir uma sociedade inspirada nos valores do bem, da justiça e da fraternidade, porque o ser humano é livre e a sua liberdade permanece frágil. Então, a liberdade deve ser constantemente conquistada para o bem e a não fácil busca da justa ordem das coisas humanas é uma tarefa que cabe a todas as gerações."

A verdadeira esperança – acrescentou – se realizou com a morte e ressurreição de Jesus que nos libertou da escravidão do egoísmo e do mal. Mas hoje a cultura atual representa muitas vezes "um desafio radical para a fé e, portanto, também para a esperança":

"De fato, tanto a fé quanto a esperança, na época moderna, sofreram uma modificação de lugar, porque foram relegadas ao âmbito privado e ultraterreno, enquanto na vida concreta e pública tomou pé a confiança no progresso científico e econômico (cfr Spe salvi, 17). Todos sabemos que esse progresso é ambíguo: abre possibilidades para o bem junto a perspectivas negativas."

"Os desenvolvimentos técnicos e o melhoramento das estruturas sociais – ponderou o pontífice – são importantes e certamente necessários, mas não bastam para garantir o bem-estar moral da sociedade":

"O homem precisa ser libertado das opressões materiais, mas deve ser salvo – e mais profundamente – dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo a não ser Deus, que é Amor e revelou a sua face de Pai onipotente e misericordioso em Jesus Cristo? Portanto, a nossa firme esperança é Cristo: n'Ele, Deus nos amou extremamente e nos deu a vida em abundância (cfr Jo 10, 10), essa vida que toda pessoa, por vezes até mesmo sem saber, anseia possuir."

O papa recordou que "muitos sofreram por manter-se fiéis ao Evangelho e não perderam a esperança; muitos se sacrificaram para dar novamente dignidade ao homem e libertar os povos, encontrando na adesão generosa a Cristo a força para construir uma nova humanidade":

"E, no entanto, na sociedade atual, onde tantas formas de pobreza nascem do isolamento, do não ser amados, da rejeição a Deus e de um originário trágico fechamento do homem que pensa poder bastar a si mesmo, ou então, de ser apenas um fato insignificante e passageiro; neste nosso mundo que é alienado "quando se confia a projetos somente humanos" (cfr Caritas in veritate, 53), somente Cristo pode ser a nossa esperança certa. Esse é o anúncio que nós cristãos somos chamados a difundir todos os dias, com o nosso testemunho." (RL)







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