(26/9/2009) Os imigrantes continuam a enfrentar "grandes dificuldades" no acesso
à saúde na maioria dos estados-membros, afirmou esta sexta feira David Mosca, membro
da Organização Internacional para as Migrações (OIM), por ocasião de um encontro internacional
realizado em Lisboa. Volvidos dois anos desde a realização da conferência europeia
"Migração e Saúde na UE - Melhor Saúde para Todos numa Sociedade mais Inclusiva",
organizada no âmbito da presidência portuguesa dos 27, da UE, "na prática, as dificuldades
de acesso continuam", referiu o responsável. Apesar de a conferência de há dois
anos ter "contribuído para lançar o debate sobre a necessidade de estabelecer direitos
comuns nesta área [da sáude]", David Mosca considera necessária a aplicação de "políticas
mais efectivas de intervenção", a fim de "evitar que o acompanhamento e vigilância
da saúde desta população na Europa continue a ser inferior em relação à das populações
nacionais". No encontro, que decorreu em Lisboa, procurou-se "rever o que tem vindo
a ser feito nesta matéria nos países europeus, onde existem enormes discrepâncias",
bem como trabalhar no sentido de "elaborar recomendações que venham a contribuir para
a criação de um quadro comum de direitos para os imigrantes na área da saúde". Para
concretizar esse objectivo, "é importante divulgar os recursos de saúde disponíveis
e a forma de lhes aceder junto da população imigrante, como acontece em Portugal",
explicitou. Com igual relevo, o responsável da OIM em Genebra destacou a necessidade
de mudança da percepção que outros sectores da sociedade têm sobre a imigração em
geral. A iniciativa, organizada pelo Alto Comissariado da Saúde, no âmbito do projecto
"Assistindo os Migrantes e as Comunidades (AMAC): Análise de Determinantes Sociais
da Saúde e das Desigualdades na Saúde", reuniu representantes internacionais e da
sociedade civil.