Buenos Aires, 22 set (RV) - Luta contra a pobreza e a reforma do sistema de
comunicação. São as duas questões no centro do debate do 12ª Dia da Pastoral Social
da Igreja argentina, temáticas que preocupam, sobretudo, a opinião pública do país
e sobre as quais teve início um mês atrás um debate denso de polêmicas. Os principais
relatores do Dia, que se realizou no último sábado foram o Arcebispo de Buenos Aires,
Cardeal Jorge Mario Bergoglio, e o Bispo de San Isidro e responsável episcopal para
pastoral social, Dom Jorge Casaretto, enfrentaram questões reafirmando, à luz do último
documento do episcopado, as posições da Igreja argentina.
Dom Casaretto sublinhou
que, ainda que a lei atualmente em estudo pelo Parlamento, que se refere à reforma
do sistema de comunicação seja importante, a mesma não pode ter a prioridade sobre
problemas como a pobreza e exclusão social. “É sempre uma situação escandalosa” reafirmou
o bispo falando sobre o verdadeiro drama que atinge a vida dos argentinos. As questões
são outras: dar trabalho aos desempregados, projetar ações concretas a fim de que
todo o sistema econômico, social e político da nossa sociedade seja guiado por princípios
éticos.
Citando o documento episcopal “em direção de um bicentenário na justiça
e na solidariedade” o responsável pela Pastoral Social concluiu afirmando que infelizmente
hoje “saltam fora alguns temas que servem para cobrir outros temas mais urgentes”.
Não se deve permitir que a atenção do país sobre a pobreza de tantos irmãos seja desviada
em benefício de necessidades menos urgentes.
Entretanto, a imprensa local
aguarda com atenção a publicação das últimas estatísticas oficiais sobre a pobreza
no país, assunto que há meses provoca discussões e polêmicas por causa dos dados contrastantes.
Enquanto a Igreja e o UNICEF, estimam a população pobre entre 35 e 40%, as estatísticas
estatais do segundo semestre de 2008 falam de 15,3%. (SP)